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Diesel mais caro deve impactar até 4% no frete

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dieselO frete vai aumentar entre 3% e 4% devido ao reajuste do óleo diesel de 5,4% anunciado terça-feira (29) pelo governo. É o que dizem os transportadores. “O setor irá sentir um aumento de, no mínimo, 2,5% no custo do frete, podendo chegar até 3% em algumas operações, nas quais o diesel representa mais de 50% do valor do frete”, afirma o presidente da Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Paraná (Fetranspar), que assumiu o cargo na última segunda-feira (leia mais).

Segundo nota divulgada pela entidade, a federação admite a dificuldade em fazer esse repasse ao embarcador. “Não conseguimos realinhar o preço na mesma velocidade em função de tabela de preço pré-estabelecida e de contratos vigentes. Dessa forma o transportador amarga o prejuízo”, destaca.

Dados da Fetranspar apontam uma defasagem de 14% no valor do frete praticado hoje. “Com esse reajuste, estamos falando em mais de 16% de diferença. É lastimável para o setor de Transporte de Cargas, que já sofre com a alta carga tributária. Além disso, esse reajuste chega justamente no período de pagamento de IPVA e outros impostos”, lembra.

Às vésperas de uma superssafra de grãos, o agronegócio está preocupado com o aumento do óleo diesel. Para o economista da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Nilson Hanke Camargo, a situação é preocupante porque o custo do transporte já teria aumentado no ano passado e o reajuste do diesel agora reduzirá a competitividade do agronegócio brasileiro.

“Um frete de grãos de Cascavel a Paranaguá, que antes custava R$ 70 a tonelada, subiu para R$ 100, devido a especulações a respeito da lei do motorista”, afirma. Segundo ele, os transportadores teriam se antecipado e repassado, em 2012, os custos que ainda não tiveram em virtude da Lei 12.619, que limita o tempo de direção e a jornada de trabalho dos motoristas profissionais.

“Agora com esse aumento do diesel, que é um dos principais insumos do agronegócio, a situação do frete, que já estava inflacionada, ficará ainda pior”, acredita. Ele ressalta que a soja brasileira perde competitividade porque é transportada basicamente por rodovias, ao contrário da argentina e da dos Estados Unidos, onde ferrovias e hidrovias têm participação maior. “Aqui acontece o contrário. A participação do trem no transporte de grãos, que vinha sendo de 26%, 27% nos anos anteriores, caiu para 25% no ano passado”, informa.

O presidente do Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos (Sindicam) de Londrina, Carlos Roberto Della Rosa, confirma que o aumento do diesel terá de ser repassado ao frete, mas nega que a categoria tenha reajustado os valores que cobram dos embarcadores. “Não houve reajuste nenhum no ano passado e agora, na entressafra, o frete até caiu”, afirma.

Segundo ele, por enquanto, só há soja para ser transportada em Mato Grosso e o valor da tonelada teria caído de R$ 190 para R$ 175 nas últimas semanas para um trajeto entre Rondonópolis e Londrina. “O diesel representa entre 50% e 60% do valor do nosso frete. Com esse aumento, vai representar ainda mais. Por isso, o reajuste será repassado com certeza. Caminhoneiro que não repassar terá de vender o veículo. Vai quebrar”, alega.

O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte do Estado do Paraná (Setcepar), Gilberto Cantú, também ressalta a necessidade de repassar aos embarcadores o reajuste do frete. “É um custo a mais entre tantos que recaem sobre nós”, declara. Segundo ele, a lei 12.619, que só agora começa a ser fiscalizada, já elevou o custo do transporte rodoviário de carga entre 18% e 30%. “Nas cargas de lotação (não fracionadas), o combustível representa 35% de nossos custos. Pesa mais que os salários dos funcionários”, conta.

Em Minas Gerais, a Carga Pesada constatou que a Rede Dom Pedro, em Betim, reajustou o diesel em 4,7% na quinta-feira (30). Ele estava a R$ 2,137 o litro e foi para R$ 2,237.

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3 Comentários

  1. O problema é o seguinte, o óleo diesel está caro para bancar a gasolina para os automóveis. Pois do jeito que estão as estradas cheias de carro é por que está barata a gasolina.

  2. É sempre a mesma ladainha quando aumenta o valor do Diesel…. porque já tem o custo disso,  tem mais o custo daquilo…, agora tem a lei 12.619…entra ano e sai ano, todo mundo no transporte só sabe reclamar dos sintomas, nunca das causas dos males crônicos que afetam o setor, que na verdade é concorrência predatória entre todos. Tem transportadora demais, em excesso, tem muito caminhão na praça, e sendo assim é lógico que a maioria não vai conseguir repassar o aumento do diesel no valor do frete.Tem tanto caminhão, que se acontecesse o milagre de óleo Diesel baixar para a metade do preço, no dia seguinte muito transportador também iria baixar o frete para pegar serviço do concorrente, até chegar ao ponto de defasar do mesmo jeito que estava antes. Exceção apenas para os grandes grupos, onde os contratos e negociações com os também grandes embarcadores são feitos em outros moldes. Já para o autônomo que possui apenas um caminhão dirigido por ele mesmo, ou para o gigantesco número de micro empresas que trabalham agregadas,  terceirizadas, “quarteirizadas” e até “quinteirizadas” para as grandes transportadoras, não tem o que fazer. O melhor é venderem  os caminhões e mudar de ramo,  pois até mesmo a velha saída adotada por estas micro transportadoras para conseguir “fechar” as contas no azul no fim do mês, era explorando motoristas. Com a lei 12.619 (vista por muitos como vilã), a tendência é que este tipo de “jeitinho” não possa mais ser usado. Aí é que muita gente não vai conseguir pagar prestação de caminhão mesmo (e na verdade é por que tem muito dono de caminhão reclamando) . Solução de verdade, somente no dia em que ficar no mercado somente empresas grandes e organizadas e autônomos proprietários de apenas um caminhão e que ele mesmo dirija. O restante,(que é gente pra caramba) formado por donos de caminhões que na verdade tem outras profissões e  fontes de renda (farmácias, auto peças, postos de gasolina, advogados, etc..) e que exploram motoristas para pagar seus caminhões, como forma de fazer dinheiro, (e até lavar dinheiro), tem mais é que cair fora do transporte e cuidar do seus verdadeiros negócios, deixando o ramo para quem realmente vive dele. Resumindo, o problema é o excesso de caminhão, e a solução, enxugamento do setor. 

  3. Eu concordo com o amigo Alessandro que falou bem, mas até quando nós proprietários de um só caminhão vamos suportar essa exploração da categoria que não sabe botar preço no seu serviço. Por todo lado que se vá todo mundo põe preço no seu serviço e quando chega a nossa vez ninguém aceita. Fica aqui a minha dica o frete deveria ser cobrado por km/rodado independente de onde você esteja acabando assim com o frete retorno. 

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