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Diretora da Revista Carga Pesada debate apagão logístico com Pedro Trucão

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A jornalista Dilene Antonucci participou do quadro Papo de Boleia, da Massa FM

A falta de motoristas no mercado, o abandono crescente da profissão e a ausência de condições mínimas de descanso para quem vive na estrada formam, juntos, um cenário que pode levar o país a um apagão logístico.

Esse foi um dos recados dados pela jornalista Dilene Antonucci, diretora da Revista Carga Pesada, em entrevista concedida ao jornalista Pedro Trucão, no quadro Papo de Boleia, do programa Pé na Estrada, transmitido pela Massa FM. Ouça:

Segundo Dilene, transportadoras já deixam de ampliar suas frotas por não encontrarem profissionais e muitos caminhoneiros abandonam o volante por falta de perspectiva e condições adequadas de trabalho.

“Tem motorista saindo da profissão porque não vê futuro. Sem remuneração justa, sem pontos de parada e sem apoio, o apagão logístico que todo mundo teme pode, infelizmente, acontecer”, afirmou.

“Hoje o próprio caminhoneiro não incentiva o filho a seguir a profissão”

A urbanização, a perda de status da carreira e o cansaço acumulado têm afastado gerações mais jovens. A transmissão familiar da profissão — algo comum no passado — praticamente desapareceu.

Dilene reforça que a solução exige política pública e envolvimento de toda a cadeia: remuneração fixa condizente com a responsabilidade da função; treinamento e qualificação continuada; infraestrutura mínima de descanso e segurança; planejamento estratégico envolvendo indústria, agricultura, transportadores e governo.

“É uma profissão essencial. Se for valorizada e apoiada, há chance de recuperação. Mas do jeito que está, vai faltar caminhoneiros para transportar o que precisa ser transportado.”

Pontos de parada

Durante o programa, Trucão relatou o caso de um motorista que precisou rodar mais 200 km porque um posto não permitiu seu descanso no pátio. Para Dilene, a discussão sobre locais adequados para repouso não é um problema só do setor, mas da sociedade e da segurança viária.

“A sociedade precisa entender a importância do caminhoneiro. Essa falta de local para descanso gera risco para todos que trafegam nas rodovias.”

Ela lembra que muitos rodam 12 ou 13 horas consecutivas — por pressão logística ou falta de estrutura — aumentando o perigo de acidentes em rodovias já carregadas e com caminhões cada vez mais potentes.

Mudança da matriz de transporte

Dilene também comentou as transformações na logística nacional, como a expansão das ferrovias no Pará e Mato Grosso, que já reduziram a distância média percorrida pelos caminhões no transporte de grãos. Ainda assim, o modal rodoviário seguirá dominante.

“Num país continental como o Brasil, o rodoviário continua forte. Mas é preciso inteligência logística, planejamento e integração com outros modais.”

Carga Pesada completa 40 anos

Ao final da entrevista, Dilene lembrou que a Revista Carga Pesada chega aos 40 anos de estrada em 2025, reforçando o compromisso do veículo com a cobertura do setor de transporte e logística no Brasil.

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