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Emplacamentos cresceram 22% em março

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 Nelson Bortolin

No mês passado, foram emplacados no País 13.309 caminhões novos, o que representa um crescimento de 22% na comparação com fevereiro (10.896 unidades).  Os números são da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). No acumulado do ano, foram emplacados 37.214 caminhões, um recuo de 5% na comparação com o primeiro trimestre de 2011 (39.411 unidades).

Em virtude da antecipação de compras de veículos Euro 3 no final do ano passado, a entidade que representa as montadoras, a Anfavea, acredita que o mercado de caminhões vai encolher 10% neste ano. O número de emplacamentos em março apontado pela Fenabrave não coincide com as vendas de três revendedores ouvidos pela Carga Pesada.  

Na AutoSueco, concessionária Volvo de Rondonópolis (MT), o vendedor Maurício Cardoso diz que a dificuldade maior para o mercado na região é a falta do diesel S50. “Temos demanda por novos caminhões, temos créditos, mas não temos combustível”, ressalta. De acordo com ele, os postos estão receosos de investir no S50 sem que haja demanda pelo produto. O valor do novo diesel, que na região custa até 40 centavos a mais, assusta.

Cardoso conta que as transportadoras adiaram as compras para o segundo semestre. Somente os agricultores estão comprando caminhões neste início do ano. “Os transportadores não conseguem transferir o custo do combustível ao frete”, explica. A queda de vendas na loja, que começou o ano sem estoque de Euro 3, é estimada em 30%.

Já na Minasmáquinas, concessionária Mercedes-Benz de Contagem (MG), as vendas de Euro 5 estão acontecendo somente no segmento de mineração. “Neste setor não houve retração nenhuma”, atesta o vendedor Onofre Ribeiro. Ele acredita que os números referentes a esses negócios não estão refletidos nas estatísticas da Fenabrave. “Esses novos caminhões não foram emplacados ainda porque dependem de implementos que são bem específicos”, ressalta.

Quanto aos outros segmentos de clientes, segundo o vendedor, o mês de março foi “bem parado”. “O pessoal está com medo do aumento do custo operacional por causa do S50 que custa 10 centavos a mais”, explica. Sobre os preços dos veículos, ele diz que os Euro 5 podem custar até 15% mais caros dependendo do modelo. “Mas tem modelo que não sofreu reajuste nenhum”, destaca.

Na Quinta Roda, que vende veículos Scania em Araçatuba (SP), o movimento está pequeno principalmente por causa do fraco desempenho da indústria de álcool, segundo o vendedor Luis Carlos Bertapeli. “Por causa da estiagem, a quebra da safra da cana chega a 25%”, justifica.

Ele também aponta a antecipação de compras de veículos Euro 3 no final de 2011 como causa para o enfraquecimento do mercado em 2012. “A antecipação foi de 15%”, calcula. De acordo com Bertapeli, os Euro 5 estão custando 5% a mais, bem abaixo do que previam as montadoras. “Com o mercado do jeito que está, não acredito que elas consigam vender os novos caminhões com uma margem maior”, afirma.

O S50 na região, que segundo ele custa cerca de 20 centavos a mais, é um fator que desencoraja os transportadores a comprarem. 

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