Um autônomo nos contou a seguinte história, ocorrida com ele. Ele tinha um Scania 113, ano 96, financiado, pelo qual pagava R$ 2.500 de prestação. Tinha também uma carreta quase quitada, que custava mais R$ 3 mil por mês. Ou seja, ele pagava R$ 5,5 mil por mês em prestações. Então ele pediu financiamento para comprar um caminhão novo, vendendo o Scania. Seu cadastro foi aprovado. A venda do Scania lhe permitiu dar uma boa entrada num Iveco novinho e assumir prestações que começavam em R$ 3.740 e iam caindo até R$ 3.140. Para quem pagava bem mais que isso todo o mês, não foi difícil viabilizar o negócio.
Olhando pelo lado prático, além de dispor do dinheiro para o pagamento inicial, o que aquele caminhoneiro conseguiu foi juntar a papelada e mostrar que ele tinha capacidade para pagar as prestações de um caminhão zero, como acreditamos que muitos outros caminhoneiros também tenham. Mas banco não é instituição filantrópica e vive de garantias. E quem quer vencer neste jogo tem que levar a atividade de transportador a sério e entrar de vez no mercado formal.
A proibição de pagamento através de carta-frete pode trazer à tona esta capacidade de assumir compromissos financeiros do autônomo que tem ficado escondido sob o manto da informalidade.
A informalidade tinha uma grande desculpa, até recentemente, nas fortes mordidas do leão. Mas a base de cálculo do Imposto de Renda para o autônomo foi mudada, ficou mais amena, e fez com que, hoje, a grande “malandragem” no transporte de carga não seja fugir dos impostos, mas sim entrar no mercado formal e desfrutar de seus benefícios.
Como disse um dos entrevistados da reportagem especial desta edição do mês de julho, o caminhoneiro precisa ter uma visão comercial do seu negócio: fazer contas, contabilizar receitas e despesas, ter histórico bancário. Com isso, será mais valorizado pela sua capacidade de assumir encargos.
O sonho de um caminhão novo ou mais novo pode estar mais próximo do que se imagina. Depende da visão que o próprio transportador tenha da sua atividade.
ENTRE NÓS: Chega de ser refém da informalidade
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3 Comentários
Parabens pela matéria mostrando que com esforço e correta conduta é possivel!!! Assim demonstra que procurar burlar a lei e trabalhar nos atalhos não leva a lugar algum!! Parabens Pitanga vc é e será um vencedor!!! Sua frota sera do tamanho do seu sonho!!! Abraço Anesio M Roberti
Eu sei o quanto foi e é difícil conseguir um pro caminhoneiro, tem mais de três anos que estamos tentando e nada, só pedem pra levar mais papeis e mais papeis. Teve um gerente que pediu 10 mil pra ele aprovar o nosso pedido. Desistimos desse plano e optamos pelo CDC onde a parcela é bem alta.
Parabéns Fernando Pitanga , conheço sua história de vida pela revista Scania o Rei da Estrada,