Digitar uma mensagem no celular aumenta em 23 vezes a chance de um acidente. Esse número foi revelado por Carl-Johan Almqvist, diretor de segurança da Volvo Trucks durante o Seminário Volvo de Tecnologias de Segurança e Comportamento Seguro, realizado em setembro, em São Paulo. Segundo ele, no mundo todo morrem 3.400 pessoas por dia em acidentes de trânsito, o equivalente a 10 acidentes aéreos. No Brasil são 103 e na Índia 367, sendo 82% homens.
Falando sobre as tecnologias lançadas recentemente para aumentar ainda mais a segurança nos caminhões, Carl lembrou que foi a Volvo a inventora do cinto de segurança de três pontos o que permite dizer, segundo ele, que existe um pouco de Volvo em todos os veículos do mundo hoje. Nos caminhões Volvo o cinto de segurança está presente desde 1979.
Sobre a importância do uso do cinto, o diretor da Volvo salientou que, segundo estatísticas europeias, 50% dos acidentes são capotagens ou tombagens: “Nestes casos, sem o cinto, o próprio veículo atropela o motorista.”
Algumas tecnologias para diminuir o risco de acidentes, que até pouco tempo atrás eram apenas uma tendência para o futuro, começam a se tornar realidade na Europa. Certos dispositivos de segurança ativa vão se tornar exigência nos países europeus em 2015. É o caso do LKS (Lane Keeping Support, ou Monitoramento da Faixa de Rodagem), que emite um sinal sonoro quando o caminhão cruza a faixa sem sinalizar. A lei europeia também obrigará a instalação de um sistema de freios de emergência, o AEBS.
DESESTÍMULO – Numa pesquisa com caminhoneiros, a psicóloga Nereide Tolentino ouviu de um motorista que ele evitava deixar o caminhão na frente de casa para que seus filhos não tivessem contato com o caminhão e desejassem seguir a mesma profissão. Esse pensamento – de não querer que os filhos sigam sua profissão – passa pela cabeça de 86% dos 1.512 caminhoneiros ouvidos na pesquisa coordenada pela Nereide e apresentada no Seminário.
A pesquisa foi realizada na Casa do Cliente das empresas Randon. Outro dado preocupante é que, se tivessem chance, 55% dos caminhoneiros deixariam a profissão – a maioria gostaria de ser motorista de ônibus. “Diante dessas opiniões e desejos, a pergunta que fica é: teremos motoristas profissionais amanhã?”, diz Nereide, que é consultora do Programa Volvo de Segurança no Trânsito (PVST). “Considerando que a continuidade de pai para filho está em declínio, que a profissão oferece riscos e baixa qualidade de vida, e que a característica de liberdade e aventura não existe mais, já que hoje tudo é controlado, corremos o risco de ter um apagão de mão de obra especializada”, afirma.
Do total de entrevistados, 70% admitiram que tinham o sonho de ser caminhoneiro desde a infância e 53% que iniciaram na profissão por influência da família. O que mais atraiu para a profissão foi a oportunidade de conhecer lugares (31%), a possibilidade de conhecer pessoas (19%) e o sentimento de liberdade (11%).
Outras respostas: 76% dos caminhoneiros disseram que a maioria dos colegas usa rebite; 59% têm algum problema de saúde, como dor nas costas, pressão alta, estresse e obesidade; e 93% consideram a profissão arriscada devido a acidentes, roubos e assaltos.
Para Nereide Tolentino, apenas diminuir a sobrecarga de trabalho dos motoristas não resolve o problema: “Carga horária e baixa remuneração não são as principais queixas dos caminhoneiros, embora eles reclamem disso também. Eles sentem falta do laço afetivo, de passar mais tempo com a família. Reclamam muito dos imprevistos que prolonguem sua ausência do lar”.
Uma solução apontada pela especialista é o rodízio de motoristas, como já acontece no transporte de passageiros. Outra é investir na valorização do profissional, oferecendo treinamentos e melhor acolhimento nos pontos de carga e descarga. “Com mais profissionais satisfeitos, teremos mais gente interessada neste tipo de trabalho, pois viajar e dirigir uma máquina possante é algo que fascina os jovens”, destaca Nereide.
5 Comentários
É uma pena que estes profissionais apresentem tamanha insatisfação com a profissão, em geral o ser humano fala daquilo que ele acha que é errado,não fala dos seus erros, suas falhas e atitudes, os vícios, bebida, cigarro , arrebite,desonestidades,encontro profissionais que têm suas vidas bem organizadas e tiram bom proveito da profissão,e não estou falando só daqueles que são donos de seus caminhões, mas , de empregados conscientes e treinados.
pra mim que já tive caminhão é a profissão mais ingrata que existe. voce não é respeirado em lugar nenhum;falta banheiros nas empresas, é mal tratado, demoras horas para descarregar e os pedagios éstão carissimos. por isso abandonei a profissão
EU JA FUI FELIZ TRABALHANDO COM CAMINHÃO MAS HOJE COM TANTA BUROCRACIA E A FALTA DE SEGURANÇA FRETE BAIXO PEDAGIO MUINTO CARO NÃO VEJO NEM UMA VANTAGEN TRABALHAR CON CAMINHAO SÓ DANDO LUCRO A QUEN MANDA E QUEN RECEBE A MERCADORIA E AGUENTE FICA SÓ COM O SOFRIMENTO EU ACONSSELHO OS JOVENS A NÃO ENCARAREN ESSA PROFIÇÃO PORQUE NUNCA VOCES VÃO SER VALORIZADO EU POSSO FALAR PORQUE JOGUEI 50 ANOS DA MINHA VIDA FORA NESSA PROFIÇÃO VOLTEI PARA A CAZA VELHO DOENTE NÃO SIRVO PARA MAIS NADA E NUNCA FIQUEI EN CAZA APOSENTEI CON UN SALARIO MINIMO DE MISERIA E MAIS VOU DIZER QUE DEPOIS QUE VOCE E MOTORISTA DE CAMINHÃO NINGUEN ACREDITA EN VOCE MAIS VOCE NÃO CONSSEGUE MUDAR DE PROFIÇÃO PORQUE VOCE JA FOI MOTORISTA DE CAMINHÃO NÃO CAIA NÉSSA MEU CARO JOVEN ESTUDE ESTUDE NÃO SEJA BOBO DE NINGUEN
QUENQUIZER TRANSPORTAR SUA MERCADORIA QUE PEGUE O SEU CAMINHÃO E LEVE ATÉ O DESTINO PORQUE O RICO PODE COMPRAR 1000 CAMINHÃO QUERO VER ARRUMAR 500 MOTORISTA BOM
Não é por menos, afinal se fossemos somar todo o desrespeito sofrido ao longo de uma viagem, eu digo de uma unica viagem, jamais voltaríamos a trabalhar no ramo!
E quando falo desrespeito abrange muita coisa, Transportadoras, Boicote realizado pelas Gerenciadoras de Risco que na minha opinião só traz mais risco, porque o ladrão na abordagem sabe exatamente o que você carrega e muito mais… http://pt.wikipedia.org/wiki/Boicote .
Também a falta de estrutura nas empresas! muitas multinacionais renomadas que muitas vezes não tem um espaço para repouso, refeitório ou um bom banheiro para banho depois de uma longa jornada.
São essas que desestimula o individuo de continuar com um sonho de criança herdado do pai herói que operava um gigantesco possante.
Uma solução que não foi apontada é punir empresas que seguram as carretas dias no patio, pois não tem espaço físico para descarregar e sub-utilizam o baú da carreta. Excessos de burocracia em portarias de multinacionais para descarregar, também estressam muito. Tempo que o caminhoneiro perde para retornar para a casa e estresse desnecessário. Façam um estudo de tempo de carregamento e descarregamento, vão encontrar dados frustantes para a continuidade da profissão.