Para tentar recuperar o mercado de caminhões, em setembro o BNDES resolveu criar o PSI 4, embutido nas regras da Finame, pelas quais os juros anuais caem mais de 50%: vão de 5,5% para 2,5%, até 31 de dezembro deste ano.
E o socorro não fica só nos juros negativos. A Receita Federal complementou os incentivos com a autorização para lançar na contabilidade das empresas adquirentes a conhecida depreciação acelerada. Assim, caminhões podem ser depreciados em apenas 12 meses, ao contrário dos 48 usuais. Como se sabe, o artifício contábil influi no lucro da firma, reduzindo o imposto de renda e seus penduricalhos.
Mais chamativo, impossível. No entanto, há o lado cinza dessa moeda. Ela afeta com ‘mão pesada’ o segmento de usados, sem o qual a renovação de frotas também fica travada. Os ‘expertos’ do ramo estão vendo, ou melhor, sentindo a paralisia e aceleram no contra fluxo. Neste movimento, a principal reação partiu da Mercedes-Benz. Ela está implantando “a primeira loja de veículos usados do país”, intitulada Selec Trucks. Na realidade é a primeira unidade de uma rede, sob a responsabilidade do Grupo Daimler, dedicada a comercialização de veículos usados de diversas marcas, escorada na garantia de fábrica.
A Selec Trucks n° 1 estará localizada junto ao novo empreendimento da Mercedes, o Pátio Mauá, em fase de construção no Rodoanel, no município de Mauá (SP). A iniciativa se inspira nos padrões adotados na Europa, iniciada em 2002, “hoje, com 30 pontos de venda em 14 países, os quais negociam mais de 20 mil unidades por ano”. Para Jorge Del Rio Alvarez, gerente da área de Marketing & Estratégia Caminhões – VCM, “a Selec Trucks trabalhará em parceria com a equipe de vendas Mercedes-Benz, com o objetivo de alavancar a comercialização de modelos novos através da compra do veículo usado do cliente, além de ser uma ferramenta importante para apoiar as vendas de caminhões, o local também oferecerá ao cliente serviços e condições exclusivas de compra”.
