Produtos que retornam ao armazém são testados e vão para o site com descontos
Leiliani de Castro
Os desafios de integrar inovação, ESG e políticas públicas foram tema do painel que encerrou o evento Rota Feminina Experience, em Porto Alegre, na terça-feira (19). Ana Laura Bueno, líder do Centro de Distribuição da Amazon no Rio Grande do Sul, levou à conversa esta experiência de logística reversa, a iniciativa “Amazon Quase Novo”.
O serviço está disponível no aplicativo da Amazon e também no site. A partir da fala de Bueno, foi perceptível o fascínio do público, que a consultou ao final do evento para entender melhor a prática.
“Tem toda uma parte fiscal para você colocar o desconto no produto, e aí esse produto volta. Vamos colocar que é um ventilador. ‘Comprei um 110v, mas queria um 220v, devolvi’. Como não sabemos o motivo pelo qual ele foi devolvido, até aparece, mas o cliente pode ter colocado qualquer opção, temos uma estação de testes”, explica a líder.
A estação, conhecida como Warehouse Deals, tem estrutura própria para verificar o funcionamento dos eletrônicos que chegam. Uma vez verificado o funcionamento, voltagem, conectividade, o sistema da Amazon aplica um desconto ao produto.
“Tem uma operação em São Paulo e tem a gente aqui em Porto Alegre. Obviamente a gente prioriza triar produtos de alto valor agregado. Eletrônicos, coisas assim. Não vou triar um livro, por exemplo”, explica a líder Ana Laura Bueno.
Diversidade na Amazon – RS
Ana Bueno lidera, desde janeiro e à nível de Brasil, o grupo de diversidade “Mulheres nas operações”. A empresa conta com outras iniciativas de inclusão, para as comunidades negra e LGBTQIAP+, o Black Employee Network (BEN) e o Glamazon.
No grupo de mulheres, há um programa de mentorias, com o intuito de fortalecer as profissionais. Uma mentora é unida a cinco mentoradas ao longo do ano. Assim, “elas se conhecem, vão criando esse vínculo, compartilhando experiência, vendo as dores, e às vezes, não é necessariamente uma dor por ser mulher. Mas é legal porque ela vai criando referências em outras mulheres”, explica Bueno.
Na Amazon, os cargos são divididos em níveis. A líder relatou uma das estratégias de incentivo às mulheres no operacional: “Tivemos treinamentos nível 6, que é um nível alto, e puxamos mulheres nível 5 que estavam performando bem, e colocamos nesse treinamento junto com essa galera. Então é focar no desenvolvimento das pessoas que a gente tem ali dentro”.
No Brasil, contemplando todos os níveis dos cargos, a Amazon apresenta 56% de mulheres em seu quadro de funcionários. Em Porto Alegre, Ana Laura calcula: “estamos batendo 60%. E do meu time, está meio a meio na gerência. Homens e mulheres”.
Apesar de Bueno ser a única mulher que ocupa o posto de Site Líder, entre os 10 armazéns da Amazon no país, ela se sente incluída nas reuniões da empresa e simpatizou com a proposta do Rota Feminina Experience: “vamos chamar mulher para falar numa revista de logística, sobre a parte técnica. Isso agrega mais. Quando colocamos uma mulher para falar como é a operação da Amazon, sobre ESG, é isso que vai mexendo no inconsciente da pessoa. Achei demais o evento.”