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Megaoperação leva transformador gigante pela Dutra

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Composição de 135 metros de comprimento e 59 eixos deve chegar ao Porto de Itaguaí dia 25

Nelson Bortolin

Um transformador gigante fabricado pela Hitachi Energy, em Guarulhos (SP), está cruzando a Via Dutra rumo ao Porto de Itaguaí (RJ) e chamando a atenção de quem passa pela rodovia. O equipamento será exportado para a Arábia Saudita. O transporte, iniciado em 15 de julho, está sendo executado pela transportadora especializada em cargas superdimensionadas Irga Lupercio Torres, em parceria com a operadora logística Hansa Meyer Global Transport Brasil.

O conjunto impressiona: são 135 metros de comprimento, 6 metros de largura, 59 eixos e peso total superior a 800 toneladas. Segundo o gerente comercial da Irga, Bylly Washington, esta é a carga mais pesada já transportada pela empresa na Dutra. “Normalmente, trabalhamos com transformadores de 150 a 200 toneladas. Este pesa 340”, explica.

Planejamento iniciado em março

Washington conta que o planejamento da operação começou ainda no final de março, com preparação de equipamentos, documentação, definição de rotas e articulação com concessionárias e órgãos de trânsito. “Mobilizamos cerca de 20 profissionais na estrada, entre motoristas, operadores de linhas de eixo, ajudantes e mecânicos. Temos até um carro-oficina acompanhando o comboio, para atender qualquer emergência”, diz.

O transporte é feito em etapas, com velocidade média muito baixa e paradas programadas para permitir o escoamento do tráfego. Em alguns trechos, como na saída da fábrica e na descida da Serra das Araras, a operação é realizada à noite, para evitar congestionamentos. “Em pontos mais críticos, como a serra, a velocidade pode chegar a apenas 5 km/h”, afirma.

Custos e logística

O custo total do transporte rodoviário, que inclui a operação da Irga e da Hansa Meyer, gira em torno de R$ 2 milhões. A escolha do Porto de Itaguaí, mesmo significando quase o triplo da distância em relação a Santos, se deve a questões de atracação e custo marítimo. “Hoje, Itaguaí é mais competitivo que Santos para este tipo de embarque”, explica o gerente.

O transformador que está na estrada é o primeiro de um contrato de sete unidades que a Irga deverá transportar para a Hitachi ao longo de um ano. No total, segundo Washington, a fabricante tem 14 equipamentos do tipo para exportação.

A previsão é que o transformador, que nesta segunda-feira (11), estava em São José dos Campos, chegue ao Porto de Itaguaí até o dia 25 de agosto, podendo haver antecipação conforme o andamento do trajeto. A carga, avaliada em cerca de R$ 40 milhões, seguirá de navio para a Arábia Saudita.

Segundo João Batista Dominici, presidente da Associação Brasileira de Logística Pesada (Logispesa), o Brasil é destaque mundial na produção e exportação de transformadores, com fabricantes como Hitachi, WEG e Siemens. “Energia é o bem mais importante do mundo, e o transformador é peça-chave para gerar, transmitir e distribuir com segurança”, afirma.

A operação só acontece após autorização especial do DNIT, baseada em dois estudos: o EVG (Estudo de Viabilidade Geométrica), que avalia a passagem por curvas, pontes e viadutos, e o EVE (Estudo de Viabilidade Estrutural), que verifica se as obras suportam o peso.

O transporte utiliza módulos hidráulicos interligados, com suspensão independente e direção em múltiplos eixos, para distribuir o peso e contornar curvas fechadas. Em travessias delicadas, a carga cruza o vão central em velocidade constante, sem frenagens ou acelerações bruscas.

A operação envolve a concessionária CCR RioSP, a Polícia Rodoviária Federal e órgãos de trânsito locais. Painéis de Mensagem Variável são programados com antecedência e as escoltas mantêm comunicação por rádio exclusivo.

Para Dominici, além de demonstrar o nível de tecnologia e coordenação exigidos, o transporte evidencia a necessidade de infraestrutura preparada para cargas especiais. “É engenharia, logística e trabalho humano transformando um desafio monumental em um deslocamento seguro”, resume.

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PB Lopes