DAF - Oportunidade 2024

Mercado aposta em CDC e consórcio para venda de caminhões

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Taxas do Finame e das linhas privadas já estavam bem próximas ao final de 2017

Nelson Bortolin

A melhora da economia e o consequente aumento do volume de cargas  não resolve o problema do crédito para quem quer comprar caminhões. A tendência é que o Finame ficará cada dia menos atrativo. Com a mudança da taxa TJLP para a TLP em 2018, não deverá haverá mais subsídios do BNDES.

Mas o mercado aposta no crescimento da participação do CDC e do consórcio para compensar o enfraquecimento do Finame. Em 2017, os juros do Finame e os do CDC já se aproximaram bastante. Segundo o Banco Mercedes-Benz, ao final do ano, a linha do BNDES tinha taxas entre 0,90% e 1,1% ao mês, dependendo do perfil do cliente, e o CDC ia de 1% a 1,2% de juros.

O diretor comercial do banco, Diego Marin, disse que o Finame costumava financiar 80% das aquisições de caminhões, mas em 2017 não passou de 65%. “Claramente, o CDC e o leasing vêm ganhando força”, afirmou.

No fechamento desta reportagem, Marin aguardava uma circular do BNDES com as regras do Finame de 2018. “Sabemos que não será algo melhor. Mas precisamos desta definição para ver o que vamos fazer.” De toda forma, Marin assegura que a indústria e as concessionárias estão preparadas para trabalhar com as linhas de crédito privadas na venda de caminhões. “Se o Finame não se viabilizar, teremos alternativas.”

Já para a DAF, o Finame tende a desaparecer. “Hoje, o Finame pode chegar a 13,7% de juros ao ano, mas você consegue CDC no mercado a 11%”, afirma o diretor comercial Luiz Gambim. Atualmente, 80% dos caminhões DAF são financiados por CDC.

CONCESSIONÁRIOS

Thiago Marçal, supervisor de Vendas da Ingá Veículos, concessionária Mercedes- -Benz em Londrina, diz que o mercado de caminhões vem se reaquecendo. “Noto que isso se deve ao fim do pagamento de financiamentos que os frotistas fizeram antes da crise. Hoje já faltam alguns modelos para entrega imediata”, conta.

Mas existem frotistas que não conseguem aprovação de crédito, mesmo estando adimplentes. “Se a empresa tem um financiamento para capital de giro, por exemplo, ela já vai ter dificuldade de ter seu crédito aprovado. Se usou cheque especial, nem se fala”, afirma Marçal. Segundo ele, 40% das propostas encaminhadas aos agentes financeiros são rejeitadas.

Fernando Xavier Mourão, gerente comercial da Treviso, concessionária Ford em Maringá, diz que o CDC está crescendo. Menos de 20% das vendas feitas na loja são por meio do Finame. “É uma  tranquilidade não depender do Finame”, desabafa, lembrando que as concessionárias costumavam passar os finais de ano na ansiedade pela circular do BNDES para o ano seguinte.

Mourão considera que as empresas com as contas no azul começam a lançar mão dos consórcios para fazer a renovação de frota. “O consórcio é mais flexível na aprovação do crédito. Às vezes você tem uma restrição, mas, se tiver um contrato de carga, consegue ser aprovado”, explica. “O consórcio aceita caminhão antigo como garantia e também um avalista com mais facilidade”, complementa.

O BNDES ignorou os pedidos de entrevista feitos pela Carga Pesada. Até o fechamento desta edição, as regras do Finame para 2018 não tinham sido publicadas.

CONSÓRCIOS

O fim do crédito subsidiado pelo BNDES é má notícia para muita gente, mas não para os consórcios. O Consórcio Scania, por exemplo, vive um momento excelente, apesar do ritmo lento de recuperação econômica. O braço financeiro da montadora movimentou R$ 1 bilhão em 2017 e deve crescer em 2018.Na Fenatran, a empresa vendeu mais de R$ 50 milhões – negócios “100% concretizados”, segundo o diretor comercial, Rodrigo Clemente.

O diretor considera que a crise deu “uma peneirada” no setor de transporte. “As empresas que não sucumbiram tornaram-se mais estruturadas e podem fazer planejamento de médio e longo prazo.”

Clemente diz que não há opção melhor que o consórcio para quem não tem pressa de usar o caminhão. “Ao diluir a taxa de administração em 100 meses, você vai ver que o valor é irrisório se comparado a qualquer taxa de juros no Brasil.”

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