O pai de Johnny Rafael Lang, Valdeci José Lang, de Missal (PR), é caminhoneiro. Os dois filhos o ajudam a administrar o negócio. Johnny conta que eles tentaram obter um Procaminhoneiro durante um ano e meio, mas desistiram. Acabaram abrindo uma empresa e optando pelo Finame PSI. Conseguiram comprar um Volvo FH 440 zero-quilômetro em julho de 2011. “O próprio banco já te joga para o Finame PSI”, informa.
Fizeram esse negócio com o Banco Itaú. Depois, compraram um FH 540, em janeiro de 2013, também pelo Finame, através do Bradesco, no qual tinham conta havia mais tempo. “É mais fácil quando se tem um bom relacionamento com o banco”, diz Johnny.
Apesar de nunca terem ficado inadimplentes, eles encontraram dificuldades para comprar o terceiro. “Mesmo não tendo atrasado nenhuma prestação, o gerente diz que o nosso risco é alto porque ainda estamos pagando o outro caminhão”, afirma.
Lang diz que o banco nunca falou para eles sobre o FGI. “O que eles dizem é que o negócio é de alto risco e, se a empresa não pagar, eles terão de pagar o BNDES”, conta.
Em 2009, Eduardo Antônio de Rezende Silveira, 38 anos, de Divinópolis (MG), foi o segundo cliente a conseguir um Procaminhoneiro na concessionária Volkswagen da cidade. Comprou um Constellation 24.250 novo. “O negócio foi feito pelo Banco Volkswagen e até que foi fácil”, conta. Já em 2012 ele queria comprar uma carreta LS graneleira da Randon. “Dessa vez eu também consegui o Procaminhoneiro de pessoa física, no meu banco, o Bradesco. Só que aí já tive de pagar o FGI”, explica.
Mesmo com o bom histórico no banco e já tendo quitado os dois financiamentos, ele afirma que agora não está conseguindo crédito para trocar o cavalo por um novo. “Já faz dois meses que estou tentando e não consigo a liberação.”
No mês passado, Silveira abriu uma empresa. “Não foi para conseguir financiamento, mas porque estou sentindo que as empresas não vão querer mais carregar com pessoa física”, explica. Transportando cerâmica há oito anos, ele diz que foi barrado recentemente por fiscais da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). “Sempre recebi pelo trabalho por RPA (Recibo de Pagamento Autônomo), mas agora estão cobrando o Ciot (Código Identificador de Operação de Transporte)”, afirma.
Ele e o pai trabalhavam como autônomos. Agora têm uma empresa em sociedade. “Meu pai também pediu um financiamento no Bradesco recentemente para comprar uma carreta e não obteve resposta”, conta.
Mais sorte teve o caminhoneiro Edvaldo Marinho de Oliveira, 57 anos, de Maringá. Transportando móveis de Arapongas (PR) para o Norte/Nordeste, ele acaba de comprar o quarto caminhão, um Volvo VM 260. Os outros três também são VM (um 270 e dois 330). Mesmo tendo uma microempresa, conseguiu um Procaminhoneiro de pessoa física. “Nunca encontrei muita dificuldade para obter financiamento. Fiz dois pelo Procaminhoneiro e dois pelo Finame PSI”, conta. Um dos negócios foi pelo Bradesco, do qual ele é cliente desde os 16 anos. Os outros foram pelo Banco da Volvo.
Os três primeiros caminhões eram zero-quilômetro. O que ele acaba de comprar é um usado, um VM 260, ano 2008, pelo Banco da Volvo. Foi o único que “demorou um pouco mais” para sair. “O caminhão custava R$ 85 mil. Eu ofereci 10% de entrada e o banco não aceitou. Pediram 20% e eu dei”, explica.
Roberto César Octaviani, 43 anos, o Minhoca, de Oswaldo Cruz (SP), também não teve dificuldade de conseguir o Procaminhoneiro. Assim como o nosso amigo Pitanga, ele também venceu o concurso de melhor motorista, promovido pela Scania. Foi na edição de 2008 e ele era empregado. “Passados uns dias da final do campeonato, a ficha caiu e eu pensei: agora é a chance que eu tenho de conseguir comprar meu caminhão”, conta.
No Scania Banco, ele comprou um R420, ano 2005, de uso da própria Scania. “Era um seminovo filé. A Scania me ajudou muito”, revela. Custou R$ 260 mil, em 60 vezes. Mas não foi só a montadora que o ajudou. “Meu amigo Jacinto me emprestou a carreta. Aliás, eu fiquei dois anos com a carreta e o Jacinto não me cobrou um tostão”, afirma.
Há um ano, Minhoca tirou seu R480. Dessa vez, zero-quilômetro. “De novo, o Scania Banco me ajudou”, conta. Além do cavalo, comprou um rodotrem da Guerra. “Estou pagando R$ 6,8 mil no cavalo e R$ 2,8 mil na carreta.”
O caminhoneiro acredita que, não fosse a força dada pela Scania, não teria conseguido comprar os caminhões. “Tem um monte de caminhoneiro que sabe trabalhar direito, tem as fontes dos fretes, mas vai ao banco pedir Procaminhoneiro e não consegue”, afirma. Ele mesmo sofreu na pele. Em 2010, tentou comprar uma carreta pelo programa do BNDES, num banco comercial. “Minha conta é a mesma desde 1987, nunca atrasei uma parcela do caminhão. E, mesmo assim, o banco não liberou. Tive de recorrer ao Scania Banco”, conta.
Junto com o pai, Minhoca tem hoje três caminhões novos.