Se você não esteve na Fenatran que termina nesta sexta-feira em São Paulo, perdeu o melhor salão de transportes da história. Com os corredores cheios de visitantes de todo País, o clima já é de comemoração dos resultados em praticamente todos os 365 estandes instalados no pavilhão do Anhembi.
Informações vindas de concessionários davam conta que uma grande montadora vendeu de segunda a quinta-feira toda produção dos primeiros cinco meses de 2014 o que equivaleria a aproximadamente 8 mil caminhões. Um vendedor chegou a comentar: “vou tirar férias nos primeiros seis meses do ano porque já vendi toda minha cota”.
Dificilmente estes números, por serem estratégicos, sejam oficializados mas o resultado em volume de vendas desta marca seria o dobro da última Fenatran de 2011 que já foi considerado recorde na época. É importante salientar que estes números referem-se a pedidos em carteira e que os estes compradores podem ter manifestado a mesma intenção de compra junto a outras montadoras, na dependência da aprovação de crédito. De qualquer forma, os dados demonstram aquecimento da demanda.
Outro exemplo de aquecimento das vendas foi a grande atração do salão, o Volvo FH 16 de 750 cavalos, que teria emplacado a venda de 22 unidades. Mas nem todos foram vendidos ao preço de R$ 1 milhão anunciado inicialmente. Um dos compradores, que transporta cargas indivisíveis, informou que tinha conseguido negociar o Caminhão do Ano na Europa por R$ 880 mil: “Vai compensar o investimento pois ele sozinho leva a carga de três”, comparou.
Isso tudo está acontecendo mesmo com a suspensão pelo BNDES, exatamente na semana da feira, dos financiamentos via Finame PSI. O diretor do banco Maurício Neves, presente ontem na Fenatran para assinar contrato de investimento com a Mercedes-Benz (veja matéria neste site), disse que ainda não há definição sobre o assunto e que repetiria, portanto, exatamente o que disse o presidente do BNDES, Luciano Coutinho: “A linha de financiamento vai continuar, mas precisa ser equalizada”. Isso pode significar não apenas aumento das taxas, que hoje se situam ao redor dos 4,5% ao ano, como também aumento no percentual de entrada.
Para o presidente da Mercedes-Benz, Philipp Schiemer, somente a taxa do Finame não estimula a venda de caminhões: “É importante saber que o PSI vai continuar, mas é preciso também que a economia esteja aquecida e exista demanda”, avaliou.
No setor de recapagem de pneus os expositores também comemoraram os resultados em termos de público. “Em 2011, em toda a semana tivemos cerca de 1300 visitantes no estande. Este ano, na quarta-feira já tínhamos atingido este público”, comemorou Felipe Arnold da área de marketing da Tipler.
