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No Pará, a coisa sempre foi feia

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Eurico Tadeu Ribeiro dos Santos, presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos (Sindicam) do Pará, sabe muito bem o que é trafegar pelas rodovias do Norte do País. Quando questionado se tem muito buraco por lá, ele sai com uma brincadeira: “Se olhar para o céu não tem problema nenhum, mas se olhar para baixo…”

O sindicalista já não tem mais esperança quando o assunto é estrada. “Quantas pesquisas já fizeram e já sabem muito bem os problemas, mas ninguém faz manutenção, nunca”, alega.

No Pará, o estudo Transporte Rodoviário – Os Pontos Críticos nas Rodovias Brasileiras, lançada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), contou 357 pontos críticos no ano passado, sendo 291 buracos grandes, 36 erosões de pista,13 quedas de barreira e 10 pontes estreitas, entre outros.

Isso representa uma densidade de 8,76 problemas por 100 km de rodovia, o quarto pior índice do País, perdendo apenas pra Amazonas (25,4), Roraima (15,2) e Acre (13,8).

Santos ressalta que, a falta de investimento no pavimento não é o único problema. “Também não tem fiscalização adequada.” O excesso de peso é praticamente uma regra. O motorista não consegue trabalhar (com excesso de peso) no Sul e vem aqui estragar mais ainda as estradas”, alega.

De acordo com ele, os tombamentos de veículos de carga são comuns no Estado, inclusive dentro da capital, Belém.

O presidente do Sindicam alega que, “entra governador, sai governador, entra presidente, sai presidente” e ninguém nunca resolve o problema. “A culpa é sempre das chuvas, da natureza.”

Ele cita o exemplo da BR-316, que liga Belém a João Pessoa. “Está totalmente intransitável. Para fazer 200 km leva um dia e meio de carro. “

O prejuízo com manutenção para o transportador é imenso. E não sé só isso. “Muitas vezes, devido aos buracos, o produto chega todo avariado e o cliente não quer.”

As seguradoras de carga, de acordo com o sindicalista, fogem do Pará. Não por causa de roubo, que é bem pouco, mas devido aos acidentes.

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