A fabricante de carretas Noma será sócia do grupo paranaense Hübner na RodoLinea, que produz implementos rodoviários em Curitiba, a capital paranaense. A Noma terá, inicialmente, uma participação de 10% a 15% na RodoLinea, mas poderá elevar essa fatia para 50% em dois anos, a depender da evolução do negócio.
O acordo dá à empresa maior acesso ao mercado de carretas usadas no transporte de cana-de açúcar, um dos segmentos de maior volume entre os reboques de caminhões, mas onde a Noma tinha atuação pouco relevante. De acordo com as empresas, a RodoLinea é a segunda maior fabricante no segmento canavieiro, com uma participação de 17% do total vendido no país.
Também está entre as três maiores no segmento conhecido como carrega-tudo, um dos poucos que têm conseguido crescer no mercado de implementos rodoviários, dada a demanda por transporte de equipamentos das obras de infraestrutura e construção civil.
Adicionalmente, a RodoLinea tem parcerias internacionais – com a belga Fa y m o nv i l l e e a italiana Menci – que permitem à empresa montar no país carretas de alumínio e reboques capazes de transportar até mil toneladas em equipamentos, como grandes turbinas de hidrelétricas.
Pelo lado da Hübner, a operação está ligada à estratégia de ampliar o foco na produção de autopeças, o negócio que deu origem ao grupo há 32 anos no Paraná. Agora sócias, as duas empresas, além de estarem instaladas no Paraná, têm em comum a gestão familiar dos negócios.
Sediada em Maringá, no norte paranaense, a Noma tem planos de estar entre os três maiores fabricantes de implementos rodoviários da América do Sul em um prazo de quatro anos. Hoje, a empresa – com faturamento superior a R$ 300 milhões – ocupa a quarta posição, atrás das concorrentes Randon, Guerra e Facchini.
Em Tatuí, no interior de São Paulo, a Noma está investindo R$ 75 milhões na construção de uma fábrica para dobrar sua capacidade de produção, atualmente em 650 equipamentos por mês. A inauguração está prevista para até o fim do ano que vem. Marcos Noma, presidente da fabricante de carretas, diz que a sociedade com o grupo Hübner foi uma oportunidade de negócio que surgiu com a proximidade entre as famílias, sem grande impacto na meta da empresa de subir no ranking do setor.
Segundo o empresário, as áreas comerciais da Noma e da RodoLinea permanecerão separadas, mantendo a concorrência entre as marcas. A gestão da RodoLinea continuará sendo liderada pela família Hübner. O investimento da Noma no novo negócio ainda não foi divulgado. Marcos Noma diz que esse é um ponto que ainda não foi totalmente fechado.
No primeiro momento, a prioridade será arrumar a nova casa da empresa, já que a RodoLinea sairá de seu parque industrial em Curitiba para uma área próxima do complexo da Noma em Maringá. “Nas próximas duas semanas, teremos definido o local”, diz Marcos, adiantando que – pela falta de espaço disponível – a RodoLinea não vai se instalar dentro da fábrica de sua empresa.