Primeiros compradores dos novos modelos do caminhão da Ford na região central de Minas Gerais são autônomos experientes que confiam em boas promessas
Luciano Alves Pereira
O caminhoneiro José Maurício Galvão, de Pará de Minas (MG), estava pensando em trocar seu caminhão trucado quando viu o comercial do novo Ford Cargo na TV. Despertado pela “cara diferente do bicho”, Maurício passou na Sancar (Ford Caminhões, de Divinópolis/MG), viu o “cara-nova” na tela de computador (ainda não estava na loja) e não precisou mais nada. “Foi amor à primeira vista”, confessa José, que comprou um Cargo 2428 (6×2) com cabine-leito.
O fato é que o Ford Cargo ficou bonito. Rômulo Peixoto, consultor de vendas da Pisa, revenda Ford de Contagem (MG), diz que ele tem “uma cabine impactante”. É diferente mesmo. Tem o que se poderia chamar de “look de personalidade”.
José Maurício pegou financiamento do BNDES, mandou alongar o entre-eixos para 6,85 m, aparafusaram no caminhão uma carroceria Boa Viagem de 10,50 m e assim ele segue transportando sua carga única de frangos e galinhas vivas. Na primeira semana ele rodou mais de cinco mil quilômetros, não apurando ainda a sua média, mas “está na faixa de consumo dos Mercedes de mesmo porte”.
O caminhoneiro pará-minense começou com veículo próprio em 1992. Era um Chevrolet 1967, equipado com motor Detroit Diesel, de dois tempos. “Ganhei dinheiro com ele, percorrendo a BR-262.” Depois, Mercedes. Agora, o atrevimento de não dar bola para o bordão da estrada segundo o qual “sair da estrela (da Mercedes) é falta de juízo”.
Outro adquirente de um Cargo 2428 (cabine curta e entre-eixos de 5,30 m, apto a receber uma carroceria Scheile, de 8,50 m), Naert Antônio Soares, afirma que “só Ford e Volks aguentam pagar prestação alta”. Naert comprou o Cargo da Pisa, embora seus 15 anos de TRC tenham sido passados dentro de um Mercedes. Atua como representante comercial, puxando pedra ornamental serrada de Jacobina (BA).
A Ford lança a nova cabine em momento de ouro das vendas de trucados. A fabricação de semipesados está crescendo mais que a de pesados e extrapesados no Brasil, segundo a estatística da Anfavea.