Ganhos são resultado de melhor aerodinâmica das cabines, alta pressão dos motores XPI e nova caixa Opticruise
Eles já estão rodando pela América do Sul numa jornada por quatro países que marcou o pré-lançamento da nova geração de caminhões Scania. Mas a comercialização efetiva só começa em outubro para entregas a partir de fevereiro de 2019.
Lançada na Europa em 2016, a nova Geração Scania é resultado de investimentos de 2 bilhões de euros. Os destaques são uma cabine mais forte, segura e aerodinâmica, com piso plano no modelo S, além de sistema modular que facilita reparos. É o primeiro caminhão do mundo com airbags laterais.
Custando entre 10% e 15% mais que a linha atual, o grande trunfo deste lançamento é a promessa de economia de diesel de até 12%, resultado de ganhos aerodinâmicos na cabine, motores XPI de alta pressão e a nova caixa Opticruise, que proporciona trocas de marcha mais rápidas que as trocas atuais, fazendo com que a pressão do turbo seja mantida. Para um caminhão na operação rodoviária que rode 150 mil km por ano, este número pode significar uma redução de mais de nove mil litros de óleo diesel.
E um cliente que testou os novos caminhões garante ter comprovado na prática estes números. Presente no evento de pré-lançamento no início de agosto, que reuniu os 4.200 funcionários da fábrica de São Bernardo do Campo, Rafael Reche, da empresa Rápido ABC, de Caxias do Sul, disse estar impressionado com a economia da nova linha Scania.
Usuário dos atuais P310, ele diz ter conseguido uma média de 4,8 quilômetros por litro no veículo P280 6×2, equipado com o novo motor de sete litros, considerando inclusive trechos de serra na origem em Caxias do Sul. No total foram mil quilômetros na rota para Indaiatuba (SP), em 13 horas de viagem. Segundo ele, a performance do motorista é importante, mas com as ferramentas de telemetria da nova linha “só não tem rentabilidade quem não quer”. Nos atuais modelos P310 da ABC, a média varia de 3,8 km/l a 4 km/l, dependendo
do motorista.
Será no Brasil a estreia mundial do novo motor de 540 cv, além das novas potências, de 220, 280, 320, 410 e 500 cv. No campo da sustentabilidade, o lançamento chega com cinco novos motores, movidos a GNV/biometano (com três opções, de 410, 280 e 340 cv) e bioetanol (com duas opções, de 400 e 280 cv).
CABINES – Das atuais sete opções da linha atual P, G e R, a Scania passa a oferecer 19 tipos de combinações variantes das novas cabines R, S, P, G e a XT para operações mais severas. A cabine S é uma das principais novidades para o Brasil, pois traz o piso plano que melhora o deslocamento interno, propiciando mais conforto para o motorista.
A estrutura básica das cabines foi desenvolvida em estreita cooperação com a Porsche Engineering, empresa que pertence ao mesmo grupo da Scania. Houve um intenso trabalho aerodinâmico para superar as cabines PGR, eliminando todos os vãos e frestas e gerando um ganho no arraste de cerca de 2%.
Para aumentar a eficiência do sistema de frenagem, a solução foi trazer o eixo dianteiro 50 mm para a frente. Aliado ao centro de gravidade mais baixo da cabine, um cavalo mecânico 4×2 com cerca de 40 toneladas de peso total pode parar totalmente, por exemplo, numa velocidade de 80 km/h, em uma distância 5% mais curta.
Internamente, a posição de direção do motorista foi deslocada 65 mm mais próximo do para-brisa e 20 mm para o lado, em comparação com a cabine atual. Com isso, melhorou o espaço para as camas e regulagem dos estágios da suspensão a ar dos assentos.
A melhor visibilidade foi alcançada graças a uma maior área envidraçada frontal e pela realocação numa posição mais baixa do painel de instrumentos.
Em função do alto índice de capotamentos no Brasil, sobretudo nas composições que tracionam os CVCs, as novas cabines podem ser equipadas com airbags laterais, que são integrados ao teto da cabine, uma técnica que nunca havia sido usada em caminhões. Com isso, a engenharia da Scania espera reduzir em até 25% o índice de fatalidade neste tipo de acidente.