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O paradoxo do livre mercado e o monopólio da venda de combustíveis

DAF - Oportunidade 2024
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Vivemos em um país em que vigora o regime de livre concorrência, um dos pilares da economia de mercado e um dos fundamentos aplicados pela economia globalizada.

A política atual de preços dos combustíveis imposta pela Petrobras tem sido justificada pela necessidade de acompanhar a evolução dos preços internacionais desses commodities. Essa política está dando certo sob o ponto de vista de trazer resultados bilionários a essa estatal que pretende, inclusive, voltar a distribuir dividendos a seus acionistas, algo que não acontece há tempos. Tal política estaria correta se não houvesse o que chamamos de monopólio, que é a inexistência de algo que conhecemos como livre concorrência. Sem esta, quem detém o monopólio dita os aumentos de preços, ignorando leis de mercado e suas consequências a empresas que utilizam o combustível como insumo principal em seus negócios, como é o caso das transportadoras de cargas.

No passado, o monopólio da venda de combustíveis era justificado por seus criadores como algo necessário para dar equilíbrio à economia brasileira, extremamente dependente desses commodities por seu peso elevado no cálculo da inflação e, portanto, na vida dos brasileiros. Ocorre que estamos convivendo com uma situação em que a Petrobras, senhora desse monopólio, pretende cobrar da sociedade brasileira a conta por anos de má gestão e corrupção por demais conhecidas. Essa política desastrosa está causando danos irreparáveis às empresas que, por sua vez, e ao contrário da Petrobras, atuam em um mercado perfeito em que prevalece a lei da oferta e da procura, e que, por isso mesmo, não têm o poder de, a cada 24 horas, aumentar seus preços porque estão amarradas pela forte concorrência, pela retração da economia ou por contratos anuais. A continuar essa política absurda, veremos a Petrobras gerando resultados fantásticos, pagando sua dívida fraudulenta, distribuindo dividendos maravilhosos e, em contrapartida, teremos o aumento da inflação, a quebradeira de milhares de empresas e o sumiço de milhões de empregos.

A história tem registrado que políticas desastrosas como essa foram fatores de aumentos na inflação que geram enormes crises econômicas e sociais que explicam o atraso de nosso país.

O SETCERGS – Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística no Estado do Rio Grande do Sul –  por ser uma entidade patronal, tem limitações de atuação muitas vezes não compreendidas, mas, diante do quadro caótico que se apresenta, vem a público demonstrar sua indignação com a atual política de preços dos combustíveis e com a postura do governo, inerte e passivo diante desse caos. Assim, a partir dessa situação imposta, recomenda que as empresas de transporte aumentem instantaneamente seus preços toda vez que houver aumento do diesel, e que atentem para o fato de que prestar serviços com prejuízo significará desequilíbrio financeiro e, consequentemente, sua quebra. Nessa situação, é preferível desativar parte da frota até que haja reajustes nos preços dos fretes que acompanhem o aumento do diesel.

A partir de hoje, e enquanto durar essa situação, informaremos, através de nosso site, os locais onde existem manifestações, e aconselhamos nossos associados a não transitarem por esses locais, prezando, assim, pela segurança de seus colaboradores, de suas cargas e de seu patrimônio.

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