Postagem de Nicodemos Aguiar revoltou seguidores para quem a prefeitura não tem interesse em asfaltar a pista, beneficiando empresas
Nelson Bortolin
O prefeito de Itaituba (PA), Nicodemos Aguiar, gravou um vídeo culpando os caminhoneiros por causar transtornos no trânsito da cidade, que enfrenta longas filas de carretas que viajam para descarregar grãos nos portos fluviais do distrito de Miritituba. Ele diz que vai convocar uma audiência pública para discutir o assunto.
O vídeo do prefeito gerou revolta nas redes sociais. Para os internautas, é a Prefeitura a responsável por asfaltar o trecho de cinco quilômetros de terra que leva aos portos. Segundo vários comentários no post de Aguiar, o município não tem interesse em asfaltar o local para beneficiar as empresas contratadas para fazer a manutenção da pista e guinchar os veículos que atolam por lá em dias de chuva.
“É só asfaltar o chão ao invés de colocar máquina para ficar faturando todo mês”, criticou Denillson Santana. “É só asfaltar, mas, para isso, tem que tirar as máquinas de faturamento de lá né? Esse é o problema”, concordou Vanessa Mariano Machado.
“Asfaltar seria uma das melhores soluções, em vez de querer lucrar”, escreveu a seguidora Kelri Nascimento. Ela sugeriu investigar de quem são as “máquinas que ficam no inverno raspando a via” e os “carros-pipa que molham” a estrada no verão.
A Revista Carga Pesada enviou uma mensagem por WhatsApp ao prefeito perguntando de quem é a responsabilidade por asfaltar o trecho. Também questionou o que ele tem a dizer sobre as acusações de a prefeitura estar privilegiando os interesses das empresas que fazem a manutenção. A reportagem ainda perguntou a quem pertencem essas empresas. Apesar de visualizar a mensagem, Aguiar não respondeu.
No vídeo o político diz que irá convocar audiência pública para dar uma solução urgente ao problema. É importante ressaltar que não se trata de uma situação nova. Toda safra é a mesma coisa: as filas quilométricas se formam em Miritituba principalmente quando chove. E ninguém até hoje tomou providências.
Caminhoneira relata o caos de trabalhar em Miritituba
