O professor da Marcos Túlio de Melo, doutor em Psicobiologia, defendeu a nova legislação que disciplina a jornada do trabalho do motorista profissional (Lei nº 12.619/2012), limitando o número de horas de trabalho para oito, com 11 de descanso. “Você tem que entender que essas pessoas que trabalham mais de 12 horas aumentam o risco de acidentes. Nove horas aumenta, 12 horas duplica e 14 triplica”.
Marcos Túlio fez o alerta nesta quinta-feira (19) durante conferência no II Seminário Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho, realizado no Tribunal Superior do Trabalho. Com doutorado em Psicobiologia pela Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP (1997), ele é livre-docente pela Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP (2007) e pela Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP (2009). É ainda professor associado do Departamento de Psicobiologia, da Universidade Federal de São Paulo -UNIFESP
Na visão de Melo, depois de 19 horas acordado a sensação de fadiga é como se a pessoa estivesse bêbada. É como se um homem de 90 quilos tivesse tomado seis copos de cerveja e três taças de vinho. 24 horas sem sono, corresponderiam a 12 copas de cerveja ou seis taças de vinho. “19 horas acordado somado com mais 9 horas, ou 12 horas, de trabalho e na madrugada, a bomba está pronta. Está tudo pronto para acontecer”.
O professor alerta para o cuidado que as empresas devem ter com relação às escalas de trabalho, principalmente em relação aos trabalhadores noturnos. Esses profissionais não teriam condições de recuperar seu metabolismo, pois o sono de dia não tem o mesmo benefício para a saúde. Isso porque o organismo humano entende que no escuro é preciso dormir e no claro é para estar acordado.
Para o professor, a empresa tem que ter uma escala de trabalho muito boa, muito regulada, com tempo de descanso, e entender que essa pessoa que trabalha à noite, ou por turnos, não é igual a que trabalha de dia. “Não dá para pensar que a mesma atividade sendo exercida, de manhã e de noite, o trabalhador responde da mesma maneira, porque ele não responde. Biologicamente isso é diferente”, observou.
Ele afirmou ainda que os acidentes acontecem normalmente de madrugada e logo depois do almoço, quando a temperatura corporal diminui e começa a sensação de sono. É uma perda muito grande ficar acordado na hora de estar dormindo. “Altera muito o nosso comportamento. O nosso alerta fica prejudicado. No momento de agir, a reação de pisar no freio fica mais demorada”, concluiu.
FONTE: www.tst.jus.br -Augusto Fontenele
5 Comentários
Concordo com o professor quanto a questão do sono e da tranquilidade que o profissional da direção precisa para dirigir, o que não concordo é como foi implantado o sistema. de supetão como sempre esses burocratas fazem, na minha opinião deveria haver escalas de implantação , com, redução gradativa ao longo de 03 a 04 anos, enquanto a infraestrutura se organizava para receber a Lei em sua plenitude.
Os Americanos levaram 40 anos implantando as melhorias que seu sistema de transporte rodoviários tem hoje,O nosso ficou melhor do que o deles, imagina isso. só esses imbecis da ANTT.
Já fui motorista um dia e conheço os dois lados, por isso, o comentário do Sr Elias Silva é tão pobre, que não merece nem ser comentado. Quanto ao professor Marcos Túlio,que possui doutorado e referências docentes,será que já acompanhou e viveu o processo de carga e descarga de um motorista em alguma empresa ? mas como um cidadão comum.É preciso viver,a indiferença e o descaso que é dado ao motorista durante o longo do tempo de espera que causa muito estresse, causado pela falta de informação da hora de carregamento,ambiente e acomodação na maioria das vezes. Sem contar que, em algumas empresas o contato do motorista é apenas com o segurança e mesmo assim por uma janela minúscula.O motorista tem hora de chegar no embarcador ou destinatário, mas para descarregar e carregar não.A maioria de nós sabemos, mesmo pela experiência de vida os riscos da falta do sono, isso não é novidade.Não adianta nada,referencias e exemplos, se não tem ação direta nos pontos que mais prejudica o motorista, sem contar na falta de fiscalização para o uso da droga que esta sendo usada indiscriminada. Como é uma visão e conclusão de muito estudo e pouca pratica, do que é falado e o vivido no dia a dia, (Realidade). Nota-se, que a visão do transporte é tão resumida e superficial, que se fala em escala de trabalho como se fosse uma pratica fácil de ser realizada. Não tem noção dos custo e do poder dos grandes,e como repassa-los ? O numero de pequenas empresas é muito maior que as grandes corporações, e um pais onde não se fiscaliza nem a obrigatoriedade de um simples pedágio, deixando a obrigatoriedade do pedágio a merce do mercado.Que tal falarem menos e tomar mais atitudes. Um simples comprimento da lei da diária lei 12.667. Isso já ajudaria muito no descanso dos motorista. A embarcador agilizaria o carregamento e o destinatário também.Isso mudaria tudo. Desculpe-me, se fui compussivo, mas é muita diplomácia e atitudes concretas quase nenhuma.
Grato
Fábio Dutra Braga
Interessante e que nunca me meti quando os professores fazem greve porque achava justo revindicar
algo do seu interesse, mas agora to vendo que professor esta trabalhando pouco (alguns) porque estão metendo o bedelho onde não são chamados. vai procurar sua turma seu marcos entulho e deixe para quem dirige resolver quantas horas devem trabalhar
Senhores,não pensem somente no seu bolso hoje,se vc comete um acidente envolve vários setores,e tudo isso é dinheiro foram,que poderia ser aplicado em outro recursos;
A lei está ai para melhorar a vida dos irmão da estrada,e fazer os patrões pensar em nós,e não somente no caminhão e no lucro.
veja bem;você trabalha 25 anos da vida se aposentar,quando se aposentar sua aposentadoria vai ser para comprar seus remédio,eu pergunto valeu a pena? cometer todos esses erros que foram tirados através da Lei hoje,para a manhã você ter uma vida melhor com sua família e netos enfim.
Todos que falarem a favor desses profissionais da estrada(caminhoneiros)só querem o seu bem!
Bom dia Dr. Marcos, concordo plenamente com o sr., tenho trabalhado por mais de 16 horas dias e sei na pele o que o sr. esta dizendo, mas peço por favor que o sr. entre em contato com a corregedoria da policia militar (rodoviaria), pois neste exato momento esta sendo praticado uma conduta dentro da lei, onde muitos companheiro de estrada cansados de mais uma longa jornada de trabalho, com a falta de estacionamentos, patios de postos disponiveis(muitos dele só pode estacionar se abastecer um valor superior a X) são obrigados a estacionarem proximos a praças de pedagios e acostamentos, pois os mesmos não tem condições de seguirem viajem, e a policia militar esta multando agindo com arrogancia e retirando os veiculos estacionados lá, sem contar onde existe postos onde colocam policiais a paisana, como no posto borsato na rodovia dos imigrantes que parte com ameaças e agreções para cima do caminhoneiro não estacionar ou pernoitar no local, já tive problema com este susposto policia (conhecido como bombadinho), o mesmo tem deficiencia no braço, só que comigo é diferente liguei para a corregedoria na frente dele fui bem atendiado e comigo ele não mexe mais.