Embarcadores alegam que custo aumentou até 150%
Nelson Bortolin
Com a revogação da nova tabela de frete mínimo na última sexta-feira (8) pelo governo federal, voltam a valer os valores definidos na tabela anterior, publicada dia 30 de maio. As tarifas mínimas foram uma das principais reivindicações da greve dos caminhoneiros (21 a 31 de maio). Mas enfrentam resistência dos embarcadores, principalmente do agronegócio, que além de pressionar o governo contra a medida, estão indo à Justiça para tentar derrubá-la.
A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) chegou a dizer que o frete ficou até 150% mais caro. O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, afirmou que a tabela inviabiliza o setor produtivo.
Pressionado, o governo editou na quinta-feira passada uma nova tabela com valores 20% menores, mas voltou atrás e a revogou horas depois porque os caminhoneiros ameaçaram retomar a greve.
Levantamento feito pela reportagem nos fretes de carga a granel da tabela em vigor mostra, no entanto, que os preços já são bem baixos.
A Carga Pesada consultou cinco Boletins da Soja, publicação semanal do Instituto Mato-grossense de Economia Aplicada (Imea), dos dias 19 de janeiro, 23 de fevereiro, 30 de março, 20 de abril e 25 de maio. O instituto pesquisa cinco rotas (ver quadro). Dos 25 valores de frete apurados, somente em três situações (no auge da safra), o valor pago foi maior que o da tabela da ANTT.