É setembro e, em alguns aspectos da economia, o ano já é dado por “encerrado”. Na indústria de caminhões, por exemplo, ninguém mais espera que 2012 repita o bom desempenho de 2011. É bem verdade que isso já era esperado desde o ano passado, por causa da introdução dos caminhões com motores Euro 5, que são mais caros que a geração anterior. A renovação de frotas foi mais lenta este ano.
Mas o crescimento do PIB está sendo muito “mais lento” do que o governo estimou. Culpa da crise econômica mundial, pode-se alegar, culpa da ineficiência das medidas do governo para amenizar os efeitos da crise, dirão outros. Mas o fato, com seus efeitos psicológicos, está posto: o Brasil vai devagar.
Não é por falta de diagnósticos sobre a importância de determinadas prioridades que o governo deveria ter, para alavancar o desenvolvimento do País e amenizar as funestas consequências do chamado Custo Brasil. Para o setor de transporte rodoviário de cargas, as obras de infraestrutura encabeçam a lista. Seus reflexos teriam enormes repercussões na economia e na vida nacional.
O governo recém-lançou um novo plano de obras, mas, apesar do otimismo generalizado que um anúncio desses costuma provocar, não dá para deixar de ser pragmático numa hora dessas e dizer que ele, o governo, terá que fazer um razoável esforço para convencer a sociedade de que tudo o que está prometido será feito – e será feito dentro dos critérios da maior racionalidade e economicidade.
A nossa tradição conspira contra os anúncios de boas intenções…
Tempo de expectativa
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