Nelson Bortolin
Como se não bastassem todas as dificuldades conhecidas, as grandes compradoras de grãos – chamadas de ‘tradings’ – vêm impondo um novo prejuízo para quem atua no transporte dessas cargas. Caminhoneiros que trabalham em Mato Grosso reclamam que são obrigados a trocar notas fiscais nos escritórios dessas empresas no trajeto até o transbordo da soja nos terminais da ALL. De Lucas do Rio Verde a Rondonópolis, por exemplo, chegam a fazer quatro trocas.
O assunto já foi levado ao Ministério dos Transportes, segundo o diretor do Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos (Sindicam), de Santos, Alexsandro de Vasconcelos Freitas, numa reunião no começo de fevereiro, em Brasília. “Com essa história de ficar trocando de notas, o caminhoneiro pode perder vários dias de trabalho”, informa Freitas.
Uma provável razão para esta prática é que seja uma estratégia das tradings para reorganizar as escalas de embarque de mercadoria nos portos sem deixar os caminhões esperando na estrada perto do porto. Este ano, o Porto de Santos estipulou em R$ 1.200 a R$ 2.000 a multa diária, por caminhão, para o embarcador de soja que não se agendar direito e deixar caminhões esperando “na rua” para desembarcar. Com a troca de notas, o caminhão demora a desembarcar do mesmo jeito que acontecia em anos anteriores – só que sem “dar na vista”.
Também presente na reunião no Ministério dos Transportes, o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Santos (Sindisan), Marcelo Marques da Rocha, ficou indignado com a exigência das multinacionais. “Elas mandam em tudo, não querem investir em silos e fazem os caminhões de armazéns. E ainda se queixam do valor do frete, mas ninguém sabe quanto essas empresas ganham”, critica. Para ele, o governo federal deveria fiscalizar o troca-troca de notas fiscais.
A reportagem pediu esclarecimento para as maiores tradings que operam no País, mas nenhuma deu retorno. A Carga Pesada ainda procurou a entidade que representa essas empresas (Anec), que também não respondeu.
A Secretaria de Fazenda de Mato Grosso (Sefaz-MT) disse que a troca de notas fiscais, “em algumas situações, é própria do negócio”, sem aprofundar as explicações. Em nota enviada à revista, a Secretaria destaca que “mantém reuniões constantes com as entidades que representam os transportadores autônomos em Mato Grosso para esclarecer e aperfeiçoar as questões fiscais que envolvem o segmento”.
3 Comentários
O brasileiro ainda não sabe o básico: Investir em defletor de ar “Quebra-Vento”, tendo assim 4 a 5 % de redução de diesel. E também não sabe fazer conta utilizando as rodas de liga leve, ao contrário: Fala que a roda é cara, mas não calcula que com menos de 1 anos recupera o investimento. Não vou mencionar sobre o pneu single, senão vai dar nó na cabeça de muito cascudo que pensa que entende de logística. Usam um para-barro traseiro ligando o eixo de ponta a ponta achando bonito para instalar frases, mas não percebem a barreira que criam para o ar passar por entre os eixos, aumentando assim o consumo.
Gostaria que a revista abordasse sobre estes 04 temas: Defletor de ar, rodas de liga leve, pneus single e colocar para-barro somente atrás dos pneus. redução de até 10% de consumo.
Obrigado,
Eder
O que eu acho interessante nessa proibição é que há carretas do tipo carrega tudo com quatro, cinco eixos sem ter recurso direcional e criam um belo de arrasto. Uma vardeleria com três eixos tem que ter ao menos um eixo autodirecional. Vendo a foto da LS acima com quatro eixos sendo um deslocado e direcional, é como temos uma vardeleria de três eixos onde a adaptação do quarto seria entre o vão dos dois eixos fixos, então qual a grande relevância nessa proibição?
O Eder acima abordou assuntos que permitem a redução de consumo e entre eles noto dois percebidos com maior frequência na Europa. Lá há composições do tipo vanderleia com quatro eixos ou mais tendo dois ou mais eixos direcionais e utilizando pneus single. O veículo tem boa capacidade de carga, o arrasto é muito menor por haver mais eixos direcionais reduzindo também o raio de curvatura, e o consumo também é vantajoso. Se há regiões no mundo onde sabendo usar carretas com mais eixos se tem melhor produtividade sem intensificar os danos ao pavimento, nosso país onde muito se copia não analisa essas questões.
Outro dia uma conjunto graneleiro caminhão 6×4 com semirreboque de quatro eixos juntos e rodado duplo sem função direcional. Ao meu ver traz mais prejuízo que a LS com 4 eixo distanciado acima, bem como já vi fotos na net de caminhão 8×2 com semirreboque vanderleia de três eixos. Se 8×2 e vanderleia de três eixos são permitidos, há quem some os dois.
carreta graneleira 4 eixos tem custo beneficio muito melhor que o bitrem mais economia de petroleo alem de melhor nas estradas Estou aguardando um cavalo 4 eixos com carreta tambem 4 eixos