Nelson Bortolin
Revista Carga Pesada
Faz mais de 14 anos, mais precisamente no dia 23 de março de 2001, que o então presidente do Congresso Nacional, Jader Barbalho, promulgou a lei federal 10.209, originária da medida provisória 2.107, do presidente Fernando Henrique Cardoso. A lei, que criou o vale-pedágio, como muitas no Brasil, não pegou, ou pegou em parte. Até hoje, a maioria dos embarcadores não a respeitam.
Em seu artigo 8º, ela diz que o embarcador é obrigado a indenizar o transportador em duas vezes o valor do frete, caso não pague o vale-pedágio. “Se o valor do frete estiver somado no documento do frete com o valor do pedágio, não se caracteriza adiantamento de pedágio, o que dá direito ao transportador de também reivindicar as suas indenizações”, afirma Miguel Mendes, diretor executivo da Associação dos Transportadores de Mato Grosso (ATC).
A entidade começou uma campanha para conscientizar os transportadores da necessidade de exigirem seus direitos em relação ao vale-pedágio. “Da mesma forma como muitos embarcadores não cumprem a lei da estadia, também não cumprem a do vale-pedágio. Junto com outras entidades, nós estamos fazendo uma campanha para alertar o transportador de que ele tem muitos deveres, mas também tem direitos.”. De acordo com Mendes, o transportador pode pleitear seu direito na Justiça referente aos serviços prestados nos últimos 12 meses.
O assessor jurídico da entidade, Clóvis Henrique Florêncio de Lima, está com cinco ações preparadas para ajuizar. Ele conta que muitas empresas, ao negociar com o transportador, já descontam o valor do pedágio no valor do frete. “Tem cliente que consegue comprovar esse fato, trazendo e-mails trocados com o embarcador em que essa negociação fica explícita”, afirma.
O Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos (Sindicam), de São Paulo, move dezenas de ações de indenização para seus associados que não receberam o vale-pedágio. Uma delas chegou ao valor de R$ 700 mil, conforme conta Norival Almeida da Silva, presidente da entidade. “Eram várias ações contra o mesmo embarcador. Quando ele perdeu uma, saiu negociando com os outros caminhoneiros, que, infelizmente, aceitaram valores bem menores. Só um ou outro manteve o processo”, afirma.
De acordo com Norival, o vale-pedágio será um dos assuntos discutidos no Fórum Permanente do Transporte de Carga Líquida, que foi instalado na quarta-feira (1) em Brasília.
2 Comentários
Enquanto os sindicatos estão inda o Brasilia / DF reivindicar que o governo baixe o valor do Diesel e crie uma tabela de frete com valor minimo, o que não vai acontecer nunca, é preciso começar a reinvidicar pontos básicos como, que apenas se cumpra pelo menos a lei do pedágio e a lei da diária,sem precisar ir a justiça. Mesmo porque a concorrência é predatória, e esse dois, nos corroe sutilmente.
OBS: Se irmos a justiça reinvidicar qualquer um desses(Pedágio/Diária), é seguramente o fim do transporte com esse embarcador. É o poder !
Grande Abraço
Somos reféns de toda essas corjas…. tando dos embarcadores, quanto dos atravessadores, sem falar dos politicos. Agora so pra nois aqui… essa classe é desunida, é dificil achar outra classe tao desunida. Poucos caminhoneiros sabe o poder que tem nas mãos. Dilma passou um melzinho na boca de alguns e ficou por isso mesmo.