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TSA Cargo recontrata motoristas

DAF - Oportunidade 2024
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Em entrevista à revista Carga Pesada, o empresário Paulo Scremim analisa a situação dos caminhoneiros e da economia brasileira e diz que os efeitos da pandemia foram menores que o esperado no seguimento em que atua

Nelson Bortolin

Um bom caminhoneiro precisa estar atualizado em relação à tecnologia embarcada nos caminhões e ter equilíbrio emocional. Em resumo, esses são os principais predicados do motorista que deseja trabalhar na TSA Cargo, transportadora com sede em Guarulhos, que opera carga importada e para exportação.

Segundo grau completo também é um dos requisitos da empresa. Mas, pode haver exceções. “Às vezes, o profissional não tem o segundo grau, mas é experiente e bastante equilibrado. Então tem uma série de outros fatores a serem levados em consideração como a experiência e a parte psicológica do motorista”, afirma o presidente da companhia, Paulo Scremim.

Para atuar no segmento de importação e exportação, de acordo com o empresário, o motorista precisa de treinamento específico e com frequência. “Porque ele trabalha com carga alfandegada, que é aquela carga que tem uma documentação diferenciada, que não foi nacionalizada ainda, pertence à Receita Federal”, explica.

A transportadora tem poucas vagas em aberto atualmente Elas estão sendo destinadas prioritariamente à recontratação de motoristas demitidos. No ano passado, a TSA Cargo teve de dispensar 30 profissionais em virtude do fim do contrato com um grande cliente.

Scremim garante que a demissão de motoristas é sempre a última medida a ser tomada em momento de crise. “É difícil encontrar profissionais, principalmente carreteiros. Então, a gente pensa muito antes de demitir.”

Para o empresário, o caminhoneiro é uma classe importantíssima na economia do nosso Pais, mas pouco reconhecida pela sociedade. O governo e alguns embarcadores ainda não dão o devido valor à categoria. “Você manda um motorista daqui para o Nordeste e você tem de fazer um trabalho de proteção divina, porque segurança nas rodovias não tem. O roubo de carga cresce exponencialmente no Brasil.”

Scremim diz que a categoria precisa ser “reverenciada”. “É uma classe de tirar o chapéu.” O empresário ressalta que os motoristas da transportadora que tiveram de ser afastados da estrada durante a pandemia porque pertencem a grupos de riscos ficaram “bravos”. “Eles não param, carregam esse País nas costas. Tinham de ter um tratamento diferenciado”, alega.

Quanto aos embarcadores, segundo ele, especialmente as grandes redes atacadistas e shopping centers precisam melhorar infraestrutura para receber cargas e motoristas. “Tem locais que trata o motorista sem a menor dignidade e não oferece sequer banheiro.”

Recentemente, o empresário fez questão de pegar um caminhão e ir conferir como os caminhoneiros são tratados em determinados terminais de carregamento e ficou indignado com o que viu, pois o motorista é tradado com o maior descaso e falta de respeito.

ECONOMIA

O empresário reclama que há muito tempo as empresas brasileiras vêm sofrendo com a economia. “Andar para frente, apesar de todas dificuldades, principalmente a alta carga tributaria, não é tão difícil. Mas andar de marcha a ré, ou seja, reduzir o efetivo, é muito difícil e oneroso, além do fator psicológico no caso de demissões . A maioria das empresas do País só encolheram nos últimos anos. Devido à crise econômica e agora com essa pandemia, muitas já fecharam e outras irão fechar.”

Até 2013, segundo ele, a TSA Cargo tinha cerca de 300 equipamentos (cavalos-tratores, veículos leves e implementos) e 520 colaboradores. Hoje esses números baixaram para190 e 280, respectivamente.

Na opinião do empresário, boa parte dos transportadores embarcou na euforia do governo Lula, que minimizou a crise financeira internacional de 2008/09, chamando-a de “marolinha”, e concedeu amplo crédito subsidiado para a compra de caminhões por meio do BNDES. “Foi um mau negócio”, avalia.

A TSA Cargo suspendeu boa parte dos investimentos planejados para os últimos anos, como a construção de uma nova filial em Campinas e da nova sede em Guarulhos. “A obra de Guarulhos nós retomamos timidamente em 2018. Abandonamos o projeto inicial, que era um baita projeto.”

Particularmente, para as empresas que trabalham com importação e exportação, o impacto do novo coronavírus foi menor, segundo ele. “Eu me preparei para o pior, porém no meu segimento a queda foi menor ”, releva o empresário acrescentando que setores como o de medicamentos não tiveram retração. E a transportadora ainda participou do transporte de respiradores, o que atenuou um pouco a crise.

Paulo Scremim criou a empresa em 1992, depois de trabalhar por 15 anos como operador de pregão na Bolsa de Valores, em São Paulo.

Na entrevista para a Revista Carga Pesada, o empresário falou também sobre as marcas que compõem a frota da transportadora. Tradicionalmente, no caso dos cavalos tratores, a empresa possuía veículos da marca Iveco, porém hoje aposta na Volvo e na Scania. Recentemente, adquiriu um lote da DAF e está satisfeita com os resultados.

Os caminhões mais leves são Mercedes-Benz e Volkswagen. Veja no vídeo.

 

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