Espaço de Conteúdo, Balcão de Informações e Coletiva de Imprensa tiveram interpretação em Libras
Leiliani de Castro
A Fenatran deste ano, recorde de público, foi desafiadora em todos os sentidos. Desde a chegada dos visitantes até a sua mobilidade dentro do pavilhão, vencendo o mar de pessoas ansiosas pelas novidades. Veículos autônomos, caminhões movidos a combustíveis alternativos, peças, serviços e bilhões de reais movimentados nas negociações. Imagine, então, para a comunidade surda. Como aproveitar a feira plenamente?
Da última Fenatran (2022) para cá (2024), o evento passou por uma consultoria de diversidade, que abriu caminho para a visita, tanto quanto para o painel dos Caminhoneiros Surdos do Brasil. Raquel Moreno, liderança do movimento, destaca: “Em 2022, nossa experiência foi desafiadora, com nenhuma acessibilidade e resistência à ideia de surdos como motoristas. Isso nos motivou a transformar essa realidade, e conseguimos. Este ano, percebemos estandes com intérpretes preparados, participamos de palestras, test drives e conquistamos espaço na arena de conteúdo para compartilhar nossas experiências.”
DCConsultoria e Assessoria Empresarial é o nome por trás desta iniciativa, disponibilizando intérpretes durante toda a semana da feira, divididos entre os Espaços de Conteúdo, Balcão de Informações e Coletiva de Imprensa, e oferecendo um custo competitivo à Fenatran, organizada pela RX e representada, nesta negociação, por Thiago Ferreira, Eduardo Marchetti, Mariana Souza e Gustavo Cavequi.
Na primeira reunião, Raquel Moreno e Deborah Cardoso, consultora em acessibilidade e integrante do Rota Feminina, apresentaram “a necessidade de acessibilidade para que caminhoneiros surdos pudessem participar adequadamente. A RX se mostrou extremamente receptiva e assumiu o compromisso de incluir intérpretes em toda a arena de conteúdo e atendimento ao público”, conta Moreno. “Essa parceria foi essencial para que muitos surdos circulassem na Fenatran com autonomia. Com o apoio da DC Consultoria, liderada por Deborah Cardoso, conseguimos estruturar essa inclusão de forma exemplar”, completa.
Deborah Cardoso, por sua vez, crê que a experiência “não apenas atendeu às necessidades da comunidade surda, mas também enriqueceu a experiência de todos os participantes, demonstrando na prática o valor da acessibilidade em grandes eventos corporativos”. Além de oferecer a interpretação em libras, sua consultoria também provê palestras e workshops sobre inclusão social e diversidade no ambiente de trabalho, produção de materiais educativos adaptados para pessoas surdas e consultoria e assessoria para implementação do Programa DEIP (Diversidade, Equidade, Inclusão e Pertencimento).
O Programa DEIP, em específico, oferece aos clientes, de forma abrangente, o “caminho das pedras” para implementar todos os diferenciais necessários a um ambiente diverso, acessível e inclusivo. Raquel Moreno também faz parte do programa e nos conta como funciona: “Na prática, oferecemos eventos educativos, intérpretes profissionais de Libras, materiais adaptados e suporte técnico. Empresas que nos contratam colhem benefícios tangíveis: maior engajamento de colaboradores, melhoria no pertencimento e valorização da diversidade”.