Empresa londrinense vai disputar mercado com o Sedex, dos Correios, e também tem novidades no transporte de passageiros
Dilene Antonucci
A Viação Garcia, com sede em Londrina (PR), irá lançar em breve o Garcia 10 (o nome ainda não é oficial), para concorrer com o Sedex 10 dos Correios.
“Entregaremos a encomenda até as 10 da manhã em Santa Catarina, Paraná e São Paulo”, explicou Mario Luft, que adquiriu a empresa no ano passado. Luft é mais conhecido pela sua Luft Logistics, grupo de 17 empresas com 2.250 veículos, que atende 90% das indústrias do setor farmacêutico e mais de 60% do mercado de defensivos agrícolas – movimenta 950 mil toneladas por ano.
Ele deu a notícia do novo serviço numa palestra a um grupo de integrantes da Comjovem (Comissão de Jovens Empresários da NTC) em Londrina, onde tem passado três dias por semana – mora em São Paulo.
“Conhecemos o negócio da encomenda expressa. Entregamos plasma sanguíneo para hospitais. São células vivas que precisam ser mantidas a 30 graus negativos”, explicou.
Além dos Correios, a Viação Garcia está encarando também a concorrência aérea com o Leito Business. “O aeroporto fecha com neblina e o avião não decola, mas o ônibus vai. Com a opção de ônibus leito-cama durante o dia, o passageiro sai de Londrina ou Maringá às seis da manhã e ao meio-dia está no centro de Curitiba. Seu carro ainda fica na minha garagem e ele retorna às 18 horas”, informa o empresário.
Para ele, o setor de transporte de cargas precisa da mesma audácia. “Temos que aprender a dizer não quando o frete não deixar rentabilidade. As empresas de transporte deveriam estar faturando 30% a mais para atender as demandas das novas tecnologias”, estima.
A Luft foi criada em 1975, em Santa Rosa, onde Luft nasceu. Ele era dentista e queria criar um negócio para os três filhos. O grupo tem uma empresa em cada segmento de mercado. “Não acredito em companhias grandes, são difíceis de administrar. Temos agora 17 empresas e 7.500 funcionários.”
Diferentemente do setor de cargas, no transporte de passageiros quem determina as tarifas é o governo e o que resta ao empresário, na visão de Luft, é administrar custos. Sua receita é ter apenas um ou, no máximo, dois fornecedores para cada produto. Ganham-se coisas assim: “A Garcia usava o diesel com alto teor de enxofre, 1.800 ppm. Como compramos mais de 2,2 milhões de litros de diesel por mês da Petrobras, exigi em Londrina o diesel de 500 ppm, destinado às grandes capitais. Fomos atendidos e somos a única empresa de ônibus do interior do País a usar o diesel metropolitano”.
A Garcia tem 577 ônibus, 140 veículos de encomendas e cargas, 35 garagens e transporta 1,2 milhão de passageiros por mês.