“Não existe fonte de energia única capaz de substituir o petróleo”, afirmou Lars Martensson, diretor de meio ambiente da Volvo Trucks, no Seminário de Eficiência do Combustível promovido pela montadora durante a passagem da regata oceânica Volvo Ocean Race pelo Brasil, em abril.
No evento, realizado em Itajaí (SC), onde os grandes veleiros participantes da competição que tem o patrocínio da Volvo ficaram ancorados por 15 dias, tratou-se, entre outros assuntos, dos investimentos da montadora em combustíveis alternativos.
Segundo Martensson, estima-se que as reservas de petróleo no mundo durem 60 anos. Ele não acha que o petróleo vai acabar, mas ficará muito caro, ainda mais porque a estimativa também aponta que a demanda por energia pode dobrar em 30 anos.
Martensson explica que o mundo consome hoje 200 toneladas de petróleo por segundo. Uma discussão da Conferência do Clima prevista para Paris no final do ano será a redução desse número em 1% ao ano.
O preço do petróleo não incentiva investimentos em pesquisa sobre combustíveis alternativos, mas, mesmo assim, segundo Martensson, este é um tema estratégico para a Volvo, que considera quatro opções especialmente interessantes: metano, gás natural ou GNL, HVO e DME. O HVO é um diesel sintético, que pode ser usado com os motores atuais.
O combustível alternativo mais acessível é o gás metano. Ele pode substituir uma proporção de diesel, é relativamente barato e oferece ganhos em emissões de particulados e dióxido de carbono. Já existe caminhão Volvo movido a metano-diesel à venda no Reino Unido, Suécia e nos Países Baixos.
Já o gás natural liquefeito (GNL) é nosso conhecido. Bom para o tráfego regional e longas distâncias. A Volvo está testando um caminhão a GNL, junto com a White Martins, e pode lançá-lo no mercado local. Sua combustão não tem cheiro e tem um nível muito baixo de partículas tóxicas. É bastante ecológico.
Outra pesquisa da Volvo é com o DME, dimetil éter, um gás manuseado em forma líquida sob baixa pressão que é produzido pela gaseificação de biomassa. “É a melhor opção do ponto de vista ambiental, proporcionando 95% menos emissões de dióxido de carbono”, diz Lars Martensson. “Tem alta eficiência energética e potencial para substituir 50% do diesel atualmente usado no transporte rodoviário pesado até 2030 na Europa.”
A Volvo é líder em eletromobilidade em ônibus em operação e já tem uma solução híbrida para caminhão, com o FE, o primeiro híbrido paralelo da Volvo Trucks, que reduz o consumo de combustível e as emissões de dióxido de carbono em até 30%.
SÉRIE ESPECIAL – A passagem da Volvo Ocean Race pelo Brasil foi celebrada com o lançamento de uma série especial do Volvo FH (foto abaixo). Os veículos têm cabine azul e adesivos laterais nas portas como se fossem ondas do mar. O emblema da Volvo Ocean Race foi colocado ao lado da inscrição da potência do caminhão – 540 ou 500 cv.
Volvo busca combustíveis alternativos
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