Serão realizados encontros por todo o país para debater formas de reduzir o crescente número de vítimas do trânsito
“Sabemos que a meta é extremamente desafiadora, que pode parecer utopia, mas a realidade só é transformada com ousadia”, disse a coordenadora do Programa Volvo de Segurança no Trânsito (PVST), Anaelse Oliveira, na abertura do Seminário Zero Acidentes, realizado em Curitiba, e que reuniu, em setembro, representantes de transportadoras e lideranças paranaenses.
A proposta do PVST é realizar uma série de encontros regionais e promover o debate a respeito do tema da segurança no trânsito. O segundo seminário aconteceu em outubro em Santa Catarina e em novembro será a vez de Minas Gerais.
“Nosso objetivo é discutir formas de aumentar a segurança no transporte comercial, de acordo com a realidade e as necessidades das diferentes regiões do país”, explicou Anaelse.
O conceito de Zero Acidentes nasceu na Suécia, país sede do Grupo Volvo, e começa a se espalhar pelo mundo, ante uma sombria previsão da Organização Mundial da Saúde, segundo a qual o trânsito saltará do 9º lugar entre as causas de mortes, que ocupava em 2004 (2,2% do total), para o 5º lugar em 2030 (3,6% do total).
Com esta preocupação, especialistas de 39 países formaram um grupo de trabalho para desenvolver uma norma que sistematizasse a gestão da segurança no tráfego em qualquer organização que interaja com sistemas de trânsito ou transporte.
O resultado foi a publicação, em outubro de 2012, da ISO 39001 – Sistema de Gestão da Segurança no Tráfego, outro tema dos encontros que a Volvo está promovendo. A norma em inglês está disponível no site da ABNT por R$ 392. Ela está sendo traduzida para o português.
A norma 39001 trata do planejamento das ações de segurança no trânsito, a partir da identificação das distâncias percorridas, tipo de veículo, clima, volume de produtos e serviços providos pela organização. São considerados fatores intermediários de segurança o planejamento da viagem, capacitação dos motoristas, definição de velocidades seguras, uso de veículos adequados à carga, resposta a acidentes e sua investigação.
No seminário também foram apresentados os principais resultados da pesquisa “A Imagem do Transporte Rodoviário de Cargas no Brasil” realizada pelo Instituto Bonilha. O estudo aponta que 63% dos entrevistados acreditam que os motoristas usam estimulantes e que 58% acreditam que a profissão não é valorizada. Em relação à segurança, 40% acreditam que os acidentes são provocados pela má conservação das estradas e 21% que são provocados por imprudência dos motoristas.