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Carrocerias Jardel está de casa nova em Divinópolis

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Wilson é devoto de São José (oratório) e preservou o pequizeiro também por seu tronco em V, “V” da vitória

Luciano Alves Pereira

A empresa surgiu em março de 1984, pelas mãos de Wilson Cordeiro dos Santos. Ao completar 28 anos de produção, a Jardel deixou a quase-esquina da rua Rio de Janeiro com o Anel Rodoviário (MG-050) da cidade, indo para o km 136 (sentido Formiga), na mesma MG-050, a troncal mineira que liga a capital a Ribeirão Preto (SP).

Wilson nasceu em 1942 e é o que se pode chamar de autêntico self-made-man, tendo em vista a sua origem na modesta Pimenta (MG), começando com o pai José Cordeiro, “na compra e venda de ovos e de galinhas da roça para a feira livre na cidade”. As coisas não andaram a contento e ambos tiveram até de “ser socorridos pela Sociedade São Vicente de Paulo”. Em 1950 Wilson virou servente de pedreiro e não vendo progressão, tempos depois, mudou-se para Goiás, onde os tios pelejavam na agricultura.

“Ajuntei uns 20 mil cruzeiros e retornei a Formiga, onde passei a tirar areia do rio local para fornecer à construção civil”, lembra Wilson. Em 1963, virou pedreiro e no ano seguinte casou-se com Aldina Pimenta, numa união que dura 48 anos, da qual vieram os filhos Silmara, Suleima, Solange e Jardel.

Até aí o ramo de carrocerias não despertara o interesse do ‘menino de Pimenta’. Ele prosperava na construção de casas para vender, quando um acidente de trabalho o afetou na coluna. Girou os seus negócios para o comércio de sucata. Valeu-se de uma caminhonete Chevrolet C 10, pela qual tinha grande apreço. Eram tempos de inflação galopante e “não me agradava ver o meu dinheiro aplicado, rendendo, sem gerar trabalho”, conta Wilson. Inconformado e sem definir ainda rumo definitivo ao seu instinto empreendedor, acabou descobrindo horizonte próprio com o seu cunhado Sebastião Cravo; este sim, fabricante das carrocerias Cravo, em Formiga (marca extinta). Wilson entusiasmou-se ao se dar conta que Divinópolis era uma ‘praça em aberto’ quanto à oferta desse produto. Contratou logo três profissionais formiguenses, familiarizados com a arte e técnica carroceira e abriu sua fábrica divinopolitana.

Como recorda, “não era um ponto bom para o produto porque não ficava de frente para a estrada” (bairro Interlagos). Por isso ele não esconde que “quase afundou de vez”. Apesar do sofrimento, Wilson mantém na memória o registro da “primeira carroceria de 7 metros, destinada a um MB 1513, de Ilicínea”, situada na MG-265, próxima a Boa Esperança no Sul de Minas. Diante do dilema mudar ou mudar, conseguiu melhorar a sua localização, indo para o bairro Autorama, já no miolo do pólo de caminhões, onde ficavam as concessionárias Volkswagen, Mercedes e Ford. Era um barracão de meia-água, mas suas vendas logo explodiram. “Um mês depois o seu movimento já justificava a compra de um truque carregado de madeira , vindo de Paragominas (PA)”, ressalta Wilson.

BAÚS ─ Em 1987, a Jardel instalou-se na rua Rio de Janeiro, com acesso pelo então recém-inaugurado Anel Rodoviário da cidade e no seu catálogo só constavam carrocerias de madeira. Num belo dia de 1998, o amigo José Baiano, de Santo Antônio do Monte (MG), sugeriu ao fundador da indústria que passasse a oferecer também baús de alumínio, pois a praça estava carente. Wilson acatou e pediu às filhas, que dividiam a administração do negócio, para pesquisarem o mercado. Em pouco tempo a Jardel estava montando o kit da Cargo Van e atendendo aos produtores de fogos de artifício da mencionada Santo Antônio do Monte. Unidades foram adquiridas pela Fogos Globo, fato que mereceu até carreata em Divinópolis na ocasião da entrega.

A Jardel foi pioneira em baús na região e nos últimos 14 anos de atividades foram fabricados cerca de 700, destacando que há cerca de 12 anos, a empresa conta com kit próprio. Também oferece ao mercado baús de laminados de plástico industrial, cabines complementares para transporte de passageiros, além da tradicional de madeira. Totalizando a produção, dá cerca de 2  mil unidades ao longo dos 28 anos. Sua capacidade instalada hoje alcança 40 unidades por mês, representando 60% de aumento em relação à fábrica anterior, trazendo igualmente reflexo no quadro de pessoal, com acréscimo de 44% na contratação de colaboradores (de 20 para 35).

Ao alcançar o novo patamar, Wilson não informa quanto investiu, mas agradece à esposa e aos filhos pelo apoio no crescimento do negócio. Como católico fervoroso, providenciou um oratório de São José ─ o padroeiro dos marceneiros ─ encaixado na bifurcação de um pequizeiro preservado, árvore nobre típica do cerrado, cuja idade estimada é de 150 anos. 

A produção de baús de alumínio ou laminado plástico começou a partir de 1998

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4 Comentários

  1. Pai, Parabéns pela reportagem!!!!! Ficou linda……deu para tocar a alma. Só o sr., a mãe e nós filhos sabemos o quanto lutamos para conseguirmos firmar a marca Jardel! Parabéns pela sua perseverança, seu empreendorismo e sua bondade! Apesar de não mais trabalhar na Jardel, tenho orgulho em dizer que eu contribui um pouco com meu trabalho. Obrigada por ser filha, pela oportunidade a mim dada, e pela paciencia comigo! Agradeço a Deus e peço a ele todos os dias saude e sabedoria ao sr, a mãe, o Jardel, a Suleima e a Solange para continuarem com esta brilhante administração! Tenho certeza que a Jardel faz a diferença em Divinopolis para muitas pessoas que trabalham com ela e também para ela! Mais uma vez Parabéns!!!!!!!!

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