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Na rota da nova fronteira agrícola

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A placa patrocinada na rodovia de acesso à cidade de  Luis Eduardo Magalhães

A placa patrocinada na rodovia de acesso à cidade de Luis Eduardo Magalhães

Guto Rocha

Localizados no Oeste da Bahia, na divisa com Tocantins, os municípios de Barreiras e Luis Eduardo Magalhães compartilham as vantagens que o entroncamento das BRs 020, 242 e 135 proporciona à região. A existência das rodovias facilitou a ocupação da região pela soja, quando esta cultura começou a se expandir em direção ao Cerrado, levando desenvolvimento àquela região.

Caminhões cortando as ruas de Barreiras

Caminhões cortando as ruas de Barreiras

As duas cidades ficam a 95 km uma da outra, e a mais ou menos 900 km de Salvador. Barreiras é a mais antiga. Surgiu por volta de 1870, e atraiu muita gente do Sul e Sudeste do Brasil para a extração da borracha da mangabeira. Depois de vários outros ciclos econômicos, a soja, no início dos anos 1980, deu o rumo que a vida da cidade leva hoje.

Luis Eduardo Magalhães foi distrito de Barreiras até 2000, quando virou município. A cidade surgiu de um posto de gasolina e uma pensão construídos em 1974 para abrigar caminhoneiros que passavam no entroncamento das BRs 020 e 242. As duas rodovias, além da BR-135, que as encontra em Barreiras, fazem a ligação da região com o Sudeste e o Sul, com o restante do Nordeste e Norte e com o Centro-Oeste do País.

O grande volume de produtos agrícolas da região tem destinos variados, e viaja de caminhão. Segundo o diretor do Sindicato Rural de Barreiras, Alcides Viana, além da soja, a região produz algodão, milho, café, arroz e tem uma pecuária forte. “São mais de dois milhões de cabeças de gado e três frigoríficos operando em Barreiras”, informa.

Muitas cargas de grãos e caroço de algodão partem da região para abastecer a avicultura em outras regiões do Nordeste, mas a maior parte da soja é destinada à exportação. Segundo Jonatas Brito, assessor da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (AIBA), 95% da soja é exportada pelo porto de Aratu, perto de Salvador. A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC) dá conta de que a Bahia já ultrapassou Mato Grosso do Sul e São Paulo no volume de soja exportado, embarcando mais de 1,9 milhão de toneladas no ano passado – 6% do total do Brasil.

Já a exportação de café e algodão é menor, e é feita principalmente pelos portos de Santos (SP) ou Paranaguá (PR).

A força da agricultura e da pecuária fez de Barreiras e Luis Eduardo Magalhães os principais polos econômicos do Oeste da Bahia. Segundo dados oficiais, o primeiro município tem um PIB (conjunto de toda a riqueza que produz) de cerca de R$ 1,7 bilhão, e o PIB do segundo é de R$ 1,9 bi. Juntos, somam 2,6% do PIB do Estado e 61% da região Oeste.

A produção de soja da região, que, segundo a AIBA, chegou a 3,7 milhões de toneladas na safra passada, também atraiu importantes indústrias esmagadoras e processadoras do grão e exportadores. Com isso, segundo Brito, os dois municípios contam com uma boa estrutura para recebimento e embarque do produto.

A fronteira agrícola se expandiu, no Oeste da Bahia, graças, principalmente, aos agricultores que vieram do Sul do Brasil, o que também favoreceu o desenvolvimento do transporte de cargas. A demanda por caminhões na região é tão grande que muitas empresas de longe colocaram filial ou mesmo se mudaram para lá.

“Tem espaço para todo o mundo aqui. O mercado é grande, mas o que garante a participação nele é a qualidade do serviço”, afirma o gerente comercial da Transcerrado Transporte de Cargas, Daniel Cesar Carvalho. Ele conta que a empresa foi fundada há 29 anos em Ponta Grossa (PR) e se transferiu há 10 anos para Luis Eduardo Magalhães. “Fomos atraídos pela prosperidade do agronegócio. E nos demos bem. No Paraná, o mercado já estava saturado”, comenta.

Mas houve tempo em que a concorrência dos de fora era motivo de queixa dos transportadores locais. “Eles ofereciam tarifas menores do que as do pessoal daqui”, relembra o diretor-administrativo do Grupo Novo Paraná (GNP), Fabrício Daniel Strassburger. O grupo surgiu há seis anos e reuniu, no começo, autônomos que somavam 17 caminhões, segundo Strassburger. “Hoje somos 92 transportadores, com uma frota de 190 caminhões”, informa.

O grupo criou em novembro uma cooperativa para dar mais força aos negócios. “Graças ao trabalho em conjunto, já estamos conseguindo negociar melhores fretes e comprar peças por preços mais baixos”, comenta Strassburger. Em sociedade com o pai e um irmão, ele é dono da pequena mas ambiciosa CCR Transportes, que tem quatro bitrens. “Só não ampliamos a frota por falta de mão de obra qualificada”, diz.

Fábio Roberto Lauck

Fábio Roberto Lauck

O paranaense Fábio Roberto Lauck chegou criança à região, em 1984, acompanhando a família de pioneiros. Hoje, tem uma fazenda de 10,5 mil hectares e uma transportadora de cargas, a Vento em Popa. A empresa, segundo Lauck, surgiu da necessidade de transportar a produção de soja da própria família. Mas o negócio cresceu e hoje ele também trabalha para a Bunge, levando soja e farelo para o porto de Aratu e óleo de soja para outros Estados do Nordeste. A Vento em Popa tem 25 caminhões. Durante a safra, porém, a frota toda (exceto três que transportam óleo) só faz o escoamento da produção própria. “Mesmo assim são insuficientes e precisamos contratar mais de 30 caminhões”, explica Lauck.

Os empresários do setor de transporte ouvidos pela Carga Pesada afirmam que as rodovias federais que formam o entroncamento na região estão em boas condições. “O asfalto foi reformado e não temos do que reclamar. O problema está no chamado Anel da Soja, que é formado por rodovias estaduais e estradas rurais”, comenta Daniel Carvalho. “As estradas rurais estão tão ruins que eu não vou de carro para as fazendas, só vou de avião”, acrescenta Fábio Lauck.

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1 comentário

  1. Quem dera se fosse tudo doce assim, ou melhor tudo honesto. Sino Star pega caminhão de terceiros vende e não paga. Fazer negócio com esse povo é sofrer calote. WebRepClassificação geralEste site não tem classificação(número de votos insuficientes)

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