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Novo Viaduto das Almas manterá curvas perigosas

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Luciano Alves Pereira

A Carga Pesada noticiou, em maio, que o viaduto sucessor do cinquentenário das Almas, na BR-040, perto de Belo Horizonte, foi feito sem previsão de como seriam os respectivos acessos. A recomendação ideal dos projetistas para o caso seria um segundo viaduto, eliminando duas perigosas curvas, chamadas pelos vizinhos do ribeirão do Eixo por curva da Cruz e/ou das Galinhas.

Como não há verba para a solução de primor técnico, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) empurrou a coisa com a barriga e deve entregar a obra até janeiro ou fevereiro com as ditas curvas um pouco mais abertas, mas não adequadas ao tráfego no trecho.

No projeto original da BR-3, nos idos de 1956, as referidas curvas previam um segmento de circunferência cujo raio mediria menos de 200 m, para regiões montanhosas. Era o especificado na cartilha pré-DNER, de janeiro de 1949. A sinuosidade dos km 590 e 591 segue a norma prevista para estradas de rodagem da Classe I.

Estamos falando de padrões adotados há 60 anos. E agora? Não é que o arranjo foi ajustado ao montante da verba? Em outras palavras, pontos críticos mortais foram mantidos. Em forma de S, as armadilhas de espera ficam no final da reta em rampa de 3,5%, que cai do alto da Serra da Ferteco rumo a Belo Horizonte.

O veterano Amair nunca viu perigo na travessia

Percebendo a iminente transição, o motorista Amair Pinto, de 76 anos, lembra que começou a passar no das Almas antes da inauguração da BR-3, ou seja, em 1956. Ele tocava ônibus de uma afiliada (incorporada depois) da UTIL – União de Transporte Interestadual de Luxo, esta ainda sediada em Juiz de Fora (MG).

Nas suas idas e vindas pelas cidades da região, chegou a “passar umas 60 vezes por mês sobre o viaduto”, calcula. Talvez um recorde. No entanto, seu comentário isento de emoção não acompanha a voz geral sobre aquele ponto crítico da BR-040, km 593. “Nunca consegui enxergar perigo naquela travessia”, diz Amair. “Tomava todos os cuidados antes”, emenda de primeira.

Dita precaução esbanja coerência diante de sua ficha corrida, com zero acidente. Isso ao longo de mais de 50 anos de estrada. “Se bem que o trânsito era muito menor; só tinha Mercedinho, além de raros Scania e FNM”, destaca.

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