SETEMBRO DE 2010
Um painel com a imponente imagem do Corcovado no espaço destinado à MAN Latin America foi a tradução visual do destaque que teve o Brasil nas coletivas de imprensa e debates ocorridos na maior feira de veículos comerciais do mundo, em Hannover.
Enquanto na Europa e nos Estados Unidos o mercado não volta aos patamares de 2008, os executivos das grandes montadoras olham com apetite redobrado para os países do bloco BRIC (Brasil, Rússia, China e Índia).
Um executivo da área de desenvolvimento de produto da DAF Trucks disse a jornalistas brasileiros que a montadora tem interesse em operar na América Latina, especialmente no Brasil.
A Renault Trucks estuda a mesma possibilidade. A International, depois de encerrar suas operações em Caxias do Sul há alguns anos, já reservou espaço em uma feira de transportes que acontece em Minas Gerais neste mês de outubro. Até uma grande fabricante europeia de implementos, a Kogel, deve anunciar em breve uma parceria com empresários brasileiros.
E existem ainda as montadoras chinesas. A Sinotruck, segunda maior montadora da China, com o impressionante volume de 190 mil caminhões por ano (o Brasil todo deve emplacar cerca de 150 mil este ano) já está operando no Brasil. A CAMC expôs em Hannover um cavalo mecânico 6×4 que custaria em torno de 50 mil dólares. Para se ter uma ideia do que isto significa, somente um eixo 6×4 aqui no Brasil pode representar um acréscimo de cerca de 20 mil dólares comparado ao 6×2.
Hubertus Troska, diretor da Mercedes-Benz, diz que o Brasil continuará sendo um mercado prioritário para a marca. Os investimentos vão continuar, sobretudo na produção do Actros, em Juiz de Fora. “As Olimpíadas e a Copa do Mundo vão estimular o crescimento do mercado. Podem ocorrer retrocessos, mas nós conhecemos este mercado há 50 anos”, afirmou.
Para ele, quem investe no Brasil tem que ter visão de longo prazo. Além disso, as leis brasileiras estimulam a nacionalização dos produtos. “Estas empresas que estão chegando agora não estão investindo no Brasil, não possuem redes de concessionários. É preciso investir não apenas em fábricas, mas numa eficiente estrutura de assistência técnica. Esta é a melhor arma que temos contra concorrentes mais agressivos”, observou o veterano Troska.