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EDITORIAL: O lucro do pedágio: melhor que banco!  

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Como se não tivesse nada a ver com a situação anterior, o governo e suas agências anunciaram recentemente uma redução do elevadíssimo número de desempregados no Brasil. Mas que boa notícia, não é? Mas não fez propaganda de outra notícia que se esconde atrás dessa primeira: boa parte dos desempregados que conseguiram voltar ao mercado de trabalho em tempos recentes ganham, agora, bem menos do que ganhavam antes. Muitos deles, na verdade, nem sequer estão empregados, mas sim iniciaram um negócio próprio cujo futuro está nas mãos mais de Deus do que deles mesmos, sem contar aqueles que realizam um trabalho estritamente informal e precário, os muambeiros cujo destino é viver fugindo do “rapa” e fazendo figa para ter o que comer e dar de comer à família.

Este cenário crítico é muito diferente daquele que é vivido por um setor da economia com o qual o governo não quer mexer – nem ele, nem outros agentes que deviam representar os interesses da sociedade (como o legislativo e o judiciário): o setor das concessionárias de rodovias. Todos sabem – ou, se não sabem, sentem – que os brasileiros pagam os pedágios mais caros do mundo, conforme já verificou um órgão do próprio governo, o IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.

E fique sabendo ainda que o negócio de concessão rodoviária no Brasil é tão bom, mas tão bom, que dá uma rentabilidade superior à que é conseguida pelos bancos! Isso não é um dado novo. Oito anos atrás já havia levantamentos de empresas de auditagem que traziam essa conclusão: concessão de rodovia rende mais do que banco.

O maior problema, nesse campo, está nas concessões dadas por governos estaduais, há quase 20 anos, especialmente no Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro. Foram as primeiras, as mais obscuras e as mais extorsivas. Foram alvo de contestação na Justiça em processos que dormem em gavetas até hoje sem que se tenha notícia de uma sentença sequer, mesmo que seja para confirmar a lisura (!) daquelas operações.

Assim segue a vida dos transportadores que conseguem se manter trabalhando. Segue de praça em praça do pedágio, deixando aqui e ali adiante e mais adiante também o resultado do seu suor, do seu esforço. Voltaremos a esse tema!

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