Apenas 30% das empresas de pai-pra-filho continuam sob controle da segunda geração
Luciano Alves Pereira
O Setcemg, sindicato dos transportes mineiro, está promovendo uma série de eventos chamada Café com Palestra. No final de novembro, coube a David Abramo Randon, atual presidente da Randon S.A. Implementos e Participações (Divisão Holding), apresentar no Actuall Hotel, de Contagem (MG), o case do conglomerado de Caxias do Sul (RS), intitulado A Sucessão e Profissionalização das Empresas Familiares. O fundador Raul Randon continua na presidência do Conselho de Administração.
A visão predominante no meio empresarial é que a transferência de bastão entre parentes é uma encrenca de bom tamanho, devido às constantes divergências dos herdeiros-sucessores. Com a agravante da inevitável entrada de cunhados, genros e noras.
O caso da Randon, como explicou David, está dando certo, mas houve empenho para isso. Os herdeiros do legado de Raul Randon começaram o processo por volta de 1999, sob assessoria de consultores especialistas na complicada matéria. David, hoje com 51 anos de idade e quase 30 de Randon, aprendeu muito com a transição.
Na palestra, ele desceu às estatísticas dos insucessos na sucessão de empresas familiares. Apenas 30% das empresas de pai-pra-filho costumam se manter sob o controle da segunda geração. Na terceira, só 5%. Pouquíssimas empresas brasileiras ultrapassam os 100 anos nas mãos de descendentes diretos. Como deixou entender David, é um processo em contínuas alterações. Por isso, ele comentou que o bom encaminhamento da primeira para a segunda gerações não garante repetição para as seguintes.
NOVA CASA PARA A CENTRO-OESTE – Em março, faz 33 anos que Rui Meneghetti chegou a Minas com o parceiro Laércio Amaral. Vieram para tomar conta da filial da Randon, em Contagem. Há 25 anos, a Randon desverticalizou a sua rede e o negócio passou a ser próprio.
Viraram distribuidores e surgia a Centro-Oeste Implementos, que ia dobrando de tamanho a cada cinco anos. Até que o espaço ficou pequeno.
Com paciência, Rui achou uma área bem localizada na Fernão Dias, km 488, de frente para a pista sentido Belo Horizonte. Adquiriu-a e neste final de ano está montando o seu amplo galpão, com área de sobra para aliviar-lhe a pressão de demanda.
Na mudança, deixou Contagem, trocando-a por Betim. Rui aproveitou a ida a Minas do presidente da Randon para mostrar-lhe o galpão, cuja inauguração está prevista para o segundo semestre de 2012.