SETEMBRO DE 2010
Caminhões como este: o novo Mercedes-Benz Atego Híbrido foi escolhido o Caminhão do Ano na Europa, em votação realizada no Salão de Veículos Comerciais de Hannover
Dilene Antonucci
Para atender as exigências cada vez maiores das legislações ambientais, quase todas as montadoras que participaram em setembro do 63º Salão de Veículos Comerciais de Hannover, na Alemanha, o maior do mundo, apresentaram veículos com motores híbridos.
A Mercedes-Benz se destacou por ter um caminhão híbrido que pode ser homologado em todos os 27 países da União Europeia: o Atego BlueTec Hybrid, que acabou eleito o Caminhão do Ano de 2011 na Europa, em votação realizada durante o salão.
O princípio dos veículos híbridos é simples: um motor elétrico tira o veículo da inércia; a partir de determinada velocidade, um motor de combustão interna, a diesel ou GNV (gás natural veicular), mantém o veículo em movimento. Além da redução do consumo de diesel e de emissões, a energia gerada a cada frenagem é utilizada para ajudar a carregar as baterias do motor elétrico.
O problema é que o custo desta tecnologia ainda é muito alto, sobretudo em função das baterias. Enquanto um Atego convencional custa 45.000 euros, o híbrido custa o dobro. Para viabilizar sua venda, na Alemanha o governo vai cobrir metade da diferença, ou seja, 22.500 euros.
Os primeiros 50 híbridos Atego serão produzidos em breve na Europa. Segundo a montadora, dependendo da utilização do caminhão, o sistema híbrido diminuirá o consumo de combustível em 10% a 15%, com a correspondente redução de emissões de CO2.
Inaugurado há dois anos, o centro de excelência da Mercedes-Benz para pesquisa e produção de tecnologia híbrida (Global Hybrid Center) fica em Kawasaki, no Japão, na fábrica Fuso, mais uma marca da Daimler Trucks.
Modelo da MAN inova na aerodinâmica
Também em busca de menor consumo de combustível e menor emissão de poluentes, a MAN apresentou no salão o caminhão-conceito MAN Concept S, com um desenho que deve reduzir sensivelmente a resistência do ar.
O veículo lembra uma moderna limusine. Graças a sua aerodinâmica, ele consome até 25% menos combustível do que um cavalo mecânico de 40 toneladas convencional, em conjunto com um semirreboque modificado. A redução de emissões de CO2 é de 25%.
Existe na Europa uma discussão sobre a ampliação dos limites legais de comprimento dos veículos comerciais. Com o Concept S, a MAN dá seu voto: para poder efetivamente elevar os potenciais de eficiência verificados no modelo, os cavalos mecânicos e semirreboques precisam ser espichados, ganhando em espaço interno e volume de carga. Os especialistas garantem que isso não exigirá modificações na infraestrutura rodoviária.
Outra atração entre os veículos-conceito foi o Glider, da Iveco, também voltado para a eficiência energética e o conforto do motorista. Um motor sem correias tem todos os seus periféricos controlados por sistemas eletrônicos. A energia elétrica é gerada por painéis solares, um sistema de recuperação energética tipo KERS e um sistema de recuperação de calor do escapamento, tudo para reduzir o consumo e a emissão de CO2.
A cabine do Glider tem os bancos escamoteáveis que giram, tornando o espaço confortável tanto para a direção quanto para o descanso, e mesmo quando o motorista precisa de um ambiente de escritório para realizar outras tarefas.
EM DESTAQUE:
Conheça, nas páginas seguintes, outras novidades do Salão de Veículos Comerciais de Hannover.