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A queixa dos veteranos: muito esforço pra pouco ganho

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Se falta motorista na praça, sobram horas de trabalho nas estradas. O resultado é macabro: no dia 20 de setembro, um caminhoneiro empregado atropelou e matou cinco trabalhadores que faziam o recapeamento da pista na Rodovia Anhanguera. As imagens da TV chocaram o País. Ele admitiu ter usado oito rebites. Aos 42 anos e pai de dois filhos, disse que estava dirigindo sem parar havia 20 horas e sem comer havia 12 horas.

Muitas empresas controlam o tempo de direção de seus empregados. Mas basta parar num posto de rodovia para se constatar a realidade nua e crua, principalmente quando se trata de transporte de baixo valor agregado: o que se vê são empregados que trabalham em regime de semiescravidão. Como são comissionados, param o mínimo possível para dormir.

Um catarinense de 32 anos disse à Carga Pesada que não sabe o que são férias. “Se não trabalha, não ganha”, contou. Ele passa 14 horas por dia ao volante e tira em média R$ 2.200 por mês.

Um mineiro de 44 anos, que transporta grãos em bitrens, disse que ganha 11% do valor do frete em comissão. Até agosto, não tinha diária. “Ameacei ir para outra empresa e me deram R$ 20 por dia.” Na sua carteira de trabalho, está anotado um salário de R$ 1.400. Mas num mês em que ficou 15 dias sem trabalhar por falta de frete na firma, diz que recebeu apenas R$ 600. Ele costuma pegar na boleia às 6 da manhã e parar à meia-noite.

Outro motorista, morador de Pato Branco (PR), também nunca tirou férias, mas está feliz porque, pela primeira vez, a empresa disse que pagará o 13º. “Falaram que vão dar uns R$ 2 mil. Vamos esperar pra ver.”

Zenilton Alves de Almeida, 42 anos, diz o nome sem receio. Empregado de uma transportadora do Paraná, afirma que tira entre R$ 2 mil e R$ 3 mil. “Quem faz o meu salário sou eu. Se eu ficar parado para sentir o perfume das rosas, estou danado”, ironiza. Ele trabalha das 5 da matina à meia-noite, mas se considera um felizardo porque faz quase sempre a mesma rota (Paraná-São Paulo ou Paraná-Rio de Janeiro) e passa em casa quase todo final de semana.

O paranaense Alex Eduardo Batista, 31 anos, de Cambé, deixou o último emprego por desentendimento com o patrão e ficou quatro meses sem trabalho. No final de setembro, quando conversou com a Carga Pesada, ele contava os dias para começar em outro emprego, onde teria direito a plano de saúde. Sobre jornada de trabalho, ele acredita que “caminhoneiro não tem hora para trabalhar”. “Se for preciso, a gente roda a noite toda”, conta.

CONHEÇA AS CATEGORIAS DAS CNHs
Categoria A: Condutor de veículo motorizado de duas ou três rodas, com ou sem carro lateral.

Categoria B: Condutor de veículo motorizado cujo peso bruto total não exceda a 3.500 kg e cuja lotação não exceda a oito lugares, excluído o do motorista.

Categoria C (caminhão): Condutor de veículo motorizado utilizado em transporte de carga, cujo peso bruto total exceda a 3.500 kg. Deve estar habilitado há pelo menos um ano na categoria B.

Categoria D: Condutor de veículo motorizado utilizado no transporte de passageiros, cuja lotação exceda a oito lugares, excluído o do motorista. Deve ter no mínimo um ano na categoria C ou dois anos na categoria B.

Categoria E (carreta): Condutor de combinação de veículos em que a unidade tratora se enquadre nas categorias B, C ou D e cuja unidade acoplada, reboque, semirreboque ou articulada, tenha 6.000 kg ou mais de peso bruto total, ou cuja lotação exceda a oito lugares, ou, ainda, seja enquadrado na categoria trailer. Tem de estar habilitado no mínimo há um ano na categoria C.

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6 Comentários

  1. vinicius roberto diniz silva on

    hoje com tantto emprego e benificio dentro das industrias, nunca que o joven vai querer virar um caminhoneiro ganhando pouco e trabalhando quase 18 hos por dia e foar os perigos da estrada, só quem ama mesmo a profissão para seguir.

  2. boa noite meus amigos os caminhoneiros hoje nao ganha mas nada porque chegou aonde pediu para chegar no fundo do poço  ninguem fas nada p/ melhor sindicato nao existe e o caminhoneiro aceita tudo pq nao tem mas greve é so frete q baixa e ta todos carregando com a desculpa de q tem divida e a hora q o cam quebra nao tem q parar e gastar p/ arrumar e ainda cem ganhar  e aq  em sao paulo o maldito do kassab fas o q quer com os camin. cade o sindicato nao vou falar mas pq ja estou com o saco cheio vamos andar encima destas merdas velhas o resto da vida abç.

  3. Trabalhei ate 2001 com caminhão, tirava em torno de 2.500 por mes, ficava 1 semana fora de casa, era muito mal atendido por empresas, porteiros policiais rodoviarios, ou seja, todo o dia era mal tratado, desreipeitado. Larguei essa profissão, não quero voltar de forma alguma. Levando em conta que meus irmãos ainda trabalham como motorista tirando em media 2.000 mil por mes, prefiro ficar em casa todo o dia e tirando 2.300 por mes. A profissão de motorista de caminhão vai melhorar so no momento que motoristas receberem um salario digno, que eles consiagm dar a familia uma vida digna. Hoje quem paga os caminhões que grandes empresas compram é o motorista, enquanto empresarios ficam com a bunda sentados em suas salas com ar condicionado dizendo estarem trabalhando. Ja é hora dos motoristas cairem na real e deixarem ser escravos destes empresarios e empresas que so pisam e humilham esta classe de profissional. E aos que fazem o uso de rebites, ve se tem algum empresario que ira pagar os custos das doenças do coração que voces com certeza terão. Ve se se alguma destas empresas irão colocar em sua fachada algum agradecimento pelos trabalhos realizados por voces ou farão uma visita ao hospital quando voces estarem la. Nada contra os profissionais do volante, porem o  pior cego ~sao aqueles que não querem ver!

  4. Hoje ja temos indicios que faltam motoristas no mescado, esta e a hora dos motoristas  começarem a exigir, bons salarios um plano de saude decente, caminhão em condições de mecanica e conforto e principalmente uma carga diaria de trabalho dentro das condiçoes humanas e não sub-humanas como temos hoje. Hoje temos casos de cargas que ficam o dia todo no chão para serem carregadas, ai nos 45 do segundo tempo, as empresas carregam e te dizem, ja chegou pra entregar? Ai voces saem correndo feito loucos pra não serem descontados ou mais uma vez humilhados, Se todos se unirem com certeza teriamos uma resposta a altura para empresas e empresarios. Porem sei que de cada 10 pelo menos 5 não vestem a camiseta para tentar pelo menos um plano de saude. Pessoal, hoje 65% de tudo que fabricamos, comemos vestimos, voces que carregam. Voces são a unica categoria que realmente toca o Brasil,  Se todos pararem pra pensar verão que voces é que tem a força do desenvolvimento do Brasil. Ou voces ja viram navio entregar na porta de alguma empresa dentro dos centros urbanos, ou ater mesmo trem? Caiam na real e parem de se queixar, a força voces é que tem!

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