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Caminhões a gás ganham espaço na frota da Reiter Log

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Empresa gaúcha, que tem ao todo 700 cavalos-tratores, adquiriu 124 veículos a gás da Scania

Em cinco anos, a empresa gaúcha Reiter Log Soluções Logísticas pretende ter mais caminhões movidos por combustíveis alternativos que a diesel. Ao menos 10% da frota vem sendo trocada a cada ano com esse objetivo. Uma das apostas da companhia, que atua em todo o Brasil e em países vizinhos, são os veículos a gás. No ano passado, ela fez uma das maiores compras deste tipo de caminhão na Scania: 124 unidades, sendo que 50 já foram entregues.

“A Reiter sempre teve a sustentabilidade bem forte no seu DNA”, justifica a diretora Comercial e de ESG da empresa, Vanessa Pilz.

Para quem não sabe, ESG é uma sigla em inglês: Environmental, Social e Governance. Em português, significa: ambiental, social e corporativa. No mundo corporativo, o termo vem substituindo a palavra sustentabilidade.
Segundo a diretora, a experiência com os veículos a gás, que foram lançados em 2019 e podem ser abastecidos com GNV (Gás Natural Veicular) ou biogás, tem sido de muito aprendizado e desafio. “O Brasil ainda tem algumas limitações (para abastecimento a gás). Então, a gente trabalha com projetos desenvolvidos com os clientes.”

Nas principais rotas de longa distância da Reiter, que estão no Sul e Sudeste, há estrutura suficiente de fornecimento de GNV para caminhões. “Tínhamos problemas entre Curitiba e São Paulo, mas já está resolvido”, conta. Falta de bomba de alta pressão, que permite o abastecimento mais rápido, ainda é um problema em alguns postos.

A diretora Comercial e de ESG da empresa, Vanessa Pilz

BIOGÁS

Assim que possível, a Reiter Log pretende substituir o GNV, que tem origem fóssil, por biogás, combustível produzido a partir da decomposição de materiais orgânicos vegetais ou animais, considerado 100% ecológico. Por enquanto, a produção de biogás é restrita a algumas usinas no País. Mas o Brasil é considerado uma promessa nesta área. Acredita-se que, num futuro próximo, será possível produzir biogás – especialmente biometano – a partir dos resíduos do agronegócio, principalmente do setor sucroalcooleiro.

A Reiter Log filiou-se à Associação Brasileira de Biogás (ABiogás) com o objetivo de colaborar para expandir a produção desses combustíveis. “Por enquanto existem só algumas usinas (de biogás) em funcionamento, mas muitas sendo projetadas”, alega.

INVESTIMENTOS

Os caminhões a gás são cerca de 40% mais caros. E, segundo a diretora, em alguns locais como no Rio Grande do Sul, o GNV custa mais que o diesel. Mesmo assim, o investimento compensa por motivos que vão além da preservação do ambiente. “Não queremos ficar refém de uma única matriz energética”, afirma. “Também temos clientes com metas bem audaciosas de emissões zero. Temos que ter soluções para eles”, complementa.

A diretora acrescenta ainda um outro benefício dos veículos a gás. “São muito mais silenciosos e proporcionam um conforto maior para os motoristas.”

SCANIA

Até agora, a Scania vendeu 600 caminhões a gás, tendo entregado 500. No próximo ano, a estimativa é vender ao menos mais 600. Em cinco anos, os caminhões a gás devem representar entre 15% e 20% da produção da Scania no Brasil. As informações são do diretor de Vendas de Soluções de Transporte da Scania no Brasil, Alex Nucci.

Diretor de Vendas de Soluções de Transporte da Scania no Brasil, Alex Nucci

Segundo ele, boa parte da “costa brasileira” já tem infraestrutura para abastecer esses veículos. “Hoje conseguimos ir do Rio Grande do Sul ao Espírito Santo sem nenhum tipo de problema (para abastecer). Temos uma área de sombra entre o Espírito Santo e a Bahia, onde a rede ainda está sendo desenvolvida”, afirma.

Da Bahia ao Rio Grande do Norte, segundo ele, também já há estrutura de postos para o abastecimento. O grande desafio é levar o gás para o interior.

Para o diretor, ao menos por enquanto, o gás é uma alternativa mais viável para o País que os veículos elétricos, já oferecidos pela Scania na Europa. “No Brasil há ainda muitos desafios para a parte elétrica, principalmente porque somos um país com distâncias continentais. Há muito trabalho a ser feito na parte logística de abastecimento e descarte de baterias”, justifica.

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