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Exame tem resultado falso positivo e caminhoneiro perde emprego

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Consorcio-Fenatran2024

Nelson Bortolin

Revista Carga Pesada

O caminhoneiro Charles Wagner de Carvalho Vieira, 50 anos, está que é pura revolta. Em abril, por causa do resultado falso positivo de um exame toxicológico, ele perdeu o emprego, que havia conquistado 45 dias antes. Descontente com a atividade de autônomo pois estava “pagando para trabalhar”, deixou sua carreta em Alagoas e foi para o Sul, com a mulher e dois filhos, atrás de uma vaga como motorista empregado em Piraquara, na região metropolitana de Curitiba.

Antes de sua Carteira Nacional de Habilitação (CNH)  vencer, Charles  procurou o Detran paranaense e descobriu que só poderia dar entrada no processo de renovação com o resultado do exame toxicológico na mão. Dia 14 de abril, fez a coleta em Curitiba, e recebeu o resultado 20 dias depois. “Nunca usei substância na minha vida. Não estava preocupado. Nem abri o envelope”, conta. Foi a médica do Detran que, dias depois, deu a notícia para ele. “O exame veio com resultado positivo para cocaína.”

O patrão teve de demiti-lo. Inconformado, o caminhoneiro pediu a contraprova. “Tive de ameaçar acampar na sede do laboratório (em Marília – SP) para que me enviassem”, afirma. Não deu outra: o novo resultado foi negativo. Charles procurou o Detran novamente. “A médica foi bem fria comigo. Viu o resultado negativo, mas disse que não poderia agilizar a liberação da minha carteira. Falou que o processo tinha de seguir o trâmite legal.”

O motorista está desesperado. “Estou sem receber absolutamente nada. Minha cabeça não para de preocupação com a família.”

Por meio de nota, o Laboratório Sodré informou que a “divergência entre os resultados apresentados não constitui falha”. De acordo com o documento, o ocorrido é uma “previsibilidade estatística de resultado, passível de verificação em contraprova, já prevista em lei”. O laboratório, segundo a assessoria, “apresenta um desempenho superior aos requeridos internacionalmente”. Diz ainda que Charles foi “prontamente atendido” assim que pediu a contraprova.

A nota afirma ainda que os motoristas profissionais devem se antecipar ao vencimento de suas carteiras, já que são necessários 15 dias úteis para que o resultado do exame fique pronto. Na sexta-feira (3), a assessoria do Detran Paraná informou à Carga Pesada que o caso está sendo analisado pela junta médica e a CNH  deve ser entregue em 8 dias úteis.

 

 

Truckscontrol
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5 Comentários

  1. A existência e a exigência da Lei eu não discuto. O grave nesta situação é a tomada de decisão sem qualquer chance de defesa. Enquanto Partidos e Políticos que roubaram nossos cofres tem uma, duas, três instâncias para recursos, este profissional primeiro é penalizado, para só então ter seu direito respeitado. O laboratório tem se responsabilidade objetiva no prejuízo que deu ao motorista, caso fique provado que sua demissão se deu pela apresentação do resultado positivo de substâncias tóxicas. Declarado que há possibilidade de falha no exame e sendo o resultado positivo, o exame deveria ser retido e ser feita uma contraprova imediatamente, para então liberar o resultado. Em casos de AIDS, também há este cuidado, pois ninguém sabe a reação das pessoas ao receber uma notícia tão triste. UMA VERDADEIRA SENTENÇA DE MORTE. Neste caso de Desemprego.

  2. Meu marido nunca usou nenhum tipo de droga, não bebe, nem fuma. Foi fazer o exame e deu positivo para cocaína. Estamos enlouquecidos, mas chegamos à conclusão de que exames negativos estão sendo negociados para inocentar quem realmente é usuário. Estamos aguardando um novo resultado de exame feito em outro laboratório. Falcatrua covarde dos envolvidos num esquema destes. Mas tudo que envolve governo já é de se esperar. Com certeza entraremos na justiça contra esses vampiros.

  3. Pessoal reparem o trecho em que o laboratório se manifestou.

    “””De acordo com o documento, o ocorrido é uma “previsibilidade estatística de resultado, passível de verificação em contraprova, já prevista em lei””””

    Então somos obrigados a pagar caro parae ainda torcer para que de certo se não perdemos a cnh, o emprego e somos apontados como drogados.
    É por isso q muitos estão rebaixando a carteira e abandonando a profissão.

    • Ninguém vai fazer nada com esse absurdo? Não chega de tanto desaforo? Os motoristas de caminhão carregando o pais nas costa para que o PIB entre nos eixos e tanta gente tendo que rebaixar a categoria por falta de dinheiro ou por se recusar a fazer um exame tão indecente. que porcaria de ‘previsibilidade estatística” é essa. A quantos foi negada a tal de contraprova? É falta de vergonha na cara, tanto dos legisladores quanto dos laboratórios.

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