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Só 1% dos caminhões são alugados, diz Marbor

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Locadora, que se dedica ao segmento há apenas dois anos, garante que o aluguel de veículos de carga é vantajoso para transportadoras

As locadoras de caminhões alegam que, na ponta do lápis, o aluguel pode ser uma opção mais vantajosa financeiramente que a aquisição de frota própria pelas empresas. Segundo a Marbor Frotas Corporativas, com sede em Mogi das Cruzes (SP), a locação de caminhões vem crescendo, apesar da pandemia do novo coronavírus e da crise econômica, e tem um potencial enorme para se desenvolver no País

O diretor, Renato Vaz, diz que a companhia, que integra o Grupo Marbor, criado em 1988, tem apenas dois anos e é uma “entrante” no mercado. Ele está otimista em relação a 2020 e projeta um acréscimo no faturamento de 30% a 50%. “A locação de carros é um mercado já bem povoado, com grandes players. A de caminhões é um mercado muito maior a ser explorado”, ressalta .

Vaz estima que apenas 1% dos caminhões brasileiros sejam locados. E afirma ter clientes de todos os portes, inclusive empresas com apenas um veículo locado. “O pequeno tem mais dificuldade de comprar caminhão. Eu compro mais barato que o pequeno porque sento com as montadoras para negociar a aquisição de 100 caminhões no ano.”

De acordo com a Marbor, o agronegócio é um dos setores nos quais a locação vem crescendo recentemente. A atividade sucroalcooleira é a que mais tem se adaptado a essa modalidade. E a locação vem se tornando realidade tanto para as empresas que transportam sua própria cana quanto para as que prestam o serviço de transporte.

O contrato de locação de um caminhão, de acordo com Vaz, é bem diferente dos de carros. É bem mais trabalhoso e realizado “a quatro” mãos entre a locadora e o cliente. “Primeira coisa: é preciso conhecer o cliente. Tem de entender a operação dele. A gente senta com ele e modela o caminhão que ele precisa.” O aluguel de um caminhão que vale R$ 400 mil custa em torno de R$ 12 mil por mês.

O diretor explica que há muita flexibilidade nos contratos. Em determinados formatos, o cliente fica responsável pela manutenção e compra de pneus do veículo. Em outros, toda a responsabilidade é da locadora. “É mais comum no setor de transporte o cliente querer ficar com essa responsabilidade”, afirma.

Questionado sobre as garantias que a empresa exige do cliente, Vaz diz que, primeiramente, é feita uma análise de crédito. Os contratos são de longo prazo. “Está no nosso contrato que a cada seis meses eu tenho permissão de ir visitar o caminhão (pra ver se o cliente está cuidando bem dele)”.

O diretor alega que a operação de locação é muito parecida com a de um leasing operacional. A diferença é que o leasing somente pode ser feito por instituição financeira. “Mas a estrutura do projeto é a mesma.”

Diante da crise financeira por que passam muitas empresas, a Marbor tem usado uma operação chamada Leaseback (aluguel de volta). “ O cliente está precisando de caixa. Temos o nosso Plano Marbor de Liquidez. Eu compro os caminhões do cliente, pago à vista e ele começa a pagar aluguel mês a mês.”

AS VANTAGENS

Mas como convencer um transportador a pagar R$ 12 mil mensais no aluguel de um caminhão? Segundo Renato Vaz, esse é um trabalho de “formiguinha”, que exige muitas visitas aos clientes. Ele diz que uma planilha elaborada pela USP por encomenda da empresa é a ferramenta decisiva. “Essa ferramenta que a gente chama de Conta em Foco tira toda a subjetividade do negócio e compara quando você compra e quando você aluga”, afirma. “Não conheço nenhum empresário que não se convence quando vê que vai gastar menos.”

Na opinião do diretor, uma vantagem da locação é que o transportador não corre risco quanto ao valor de revenda do veículo. “O risco é da locadora. Se eu alugo um caminhão que vale R$ 400 mil e projeto que ele vai valer R$ 200 mil daqui a cinco anos, não posso pedir mais R$ 10 mil ao cliente (no final do contrato) se o caminhão estiver valendo só R$ 190 mil”, ressalta.

Outro argumento que a Marbor usa para tentar convencer o cliente é que a compra de um caminhão é trabalhosa e demorada. Além disso, alega que a locação, no lugar do financiamento do veículo, libera crédito e caixa para a empresa fazer projetos de expansão.

QUESTÃO CULTURAL

Para o diretor, o desconhecimento sobre a locação de caminhões é a principal barreira para a expansão da atividade. Também pesa o fato de muitos transportadores, por questões culturais, considerarem o caminhão como um “filho”. As gerações mais novas dentro das empresas de transportes, segundo ele, são mais abertas à novidade.

O fato de as construtoras e mineradoras não terem “apego” aos caminhões, de acordo com Vaz, explica a disseminação maior das locações entre essas empresas. “A diferença é que esse tipo de empresa usa o caminhão como ferramenta, com uma pá carregadeira ou outro equipamento”.

A Marbor, que tem uma frota de 100 caminhões, negocia a compra de outros 20 para atender um cliente, mas não revela detalhes do negócio.

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1 comentário

  1. Claudia Fernanda on

    Boa Noite, trabalho com transporte e alugo 7 caminhões de pessoas físicas e estou tendo problemas com ciot e dificuldades de preencher os ctes pra viajar por estar em nomes físicos os caminhões, vocês podem me ajudar

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